Hoje encontrei-te diferente.
Estás ainda em convalescença, é certo. Eu já sabia.
Mas confesso que estou contente pelo baque que levaste. Estás mais crescido.
Por vezes tem que ser à pancada.
Por vezes só assim é que acordamos.
Sangraste no coração, mas acordaste para a emoção.
Esta vida pode terminar no próximo segundo.
É certo que se estivermos sempre a pensar que o que temos agora pode já não existir no segundo seguinte, ficamos paranóicos.
E é por isso que optamos por desprezar este pensamento como se fosse estupidamente remota a hipótese de isso acontecer.
Mas isso também não está certo porque por vezes.....acontece. E nessas alturas dói.
É o susto no meio da noite. É o precipício debaixo dos nossos pés.
Na pradaria o Búfalo olha-te olhos nos olhos e pergunta-te:
E agora? Já vês ou precisas de mais umas pancadas?
Abrimos os olhos e colocamos a nossa existência em causa.
E perguntamos porquê? Porque não soubémos antes se era tão simples?
Nessas alturas aprendemos à força.
Nesse momento atiram-nos para o mar sem saber nadar. É é aí que temos que aprender o conforto por detrás das ondas.
Por isso, hoje fui teu aluno.
Vi nos teus olhos um brilho de vida.
Vi nos teus olhos uma vontade de absorver tudo o que o Mundo tem para te dar.
Um à vontade, um "quero lá saber dos preconceitos", um "eu quero é viver o agora".
Tens tempo... se não for tudo já, será concerteza logo a seguir.
Acordaste! Apesar de combalido, estás muito mais atento. Mais enraizado.
Julgo que agora está mais claro para ti qual o caminho.
E por isso eu estou feliz.
Um abraço, meu irmão.
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