quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O meu Tempo



Rodopio por entre o Tempo e avanço sem rumo, em direcção ao Nada.
Opto acordar do turbilhão e desafiar o Tempo a abrandar e o Silêncio a gritar.
Na catedral do espaço envolvo-me então no imenso vazio, cheio de nada.
E nesse momento predisponho-me a ficar sem medo, Só.

Ao sentir o tempo finalmente parar, permito-me encontrar por entre o silêncio do espaço, o tempo que é afinal só meu.
O meu Tempo.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

7 graus

A declinação da bússola em Portugal é de 7º. Em Portugal, 7 graus é quanto separa o Norte magnético do Norte geográfico.
7º é quanto separa o objectivo planeado do objectivo atingido.

Ser por um lado é importante mantermo-nos germanicamente comprometidos com os nossos objectivos, é importante nessa rigidez encontrar a flexibilidade necessária para incorporar a mudança que ocorre em paralelo, algures entre o início e o fim da viagem.

Tal qual bambu, na sua leveza, flexibilidade e força.

O alvo nunca é estático, e por isso fazem todo o sentido as palavras de Einstein ao afirmar que o caminho mais curto é uma curva, não uma recta.
7º parece-me o valor adequado.
7º é quanto baste para deixar a porta aberta para a viagem seguinte.

Negar o inegável

Para negar é inegável podemos sempre tentar pintar a coisa de cor-de-rosa, mas o mais provável é cairmos no ridículo.
 

sábado, 1 de dezembro de 2012

A Sociedade não secreta dos Homens de Confiança


Quem está por dentro dos sistemas de pagamentos e da temática do Anti-Money Laundering (lavagem de dinheiro) sabe perfeitamente que existem coisas denominadas "black lists".
Tratam-se de listas cheias de nomes de alegados terroristas ou de nomes de empresas de carácter duvidoso que servem para detectar transacções financeiras potencialmente ilícitas.
O que também se sabe é que à conta da desconfiança crescente, existem nestas listas muitos nomes que afinal não são de terroristas - são simplesmente falsos positivos.
Isto tudo para dizer que com tanta desconfiança surgiu também a necessidade de criar as white-lists ou também denominadas as "Good-guys's lists".

Tanto nos sistemas de pagamentos como na interacção humana, num ambiente crescente de competitividade desmedida e desconfiança exacerbada, precisamos cada vez mais da lista dos Good Guys.

Daqueles em quem podemos contar.
Dos que preferem colaborar e contruir, em vez de gastar neurónios a delinear tácticas ofensivas de ataque ou contra-ataque.
Dos que preferem incluir em vez de excluir.
Dos que entendem que 1+1=3

Caro leitor, se fores um deles, e estás farto do tempo perdido, não és o único.

Acredita, eu entendo-te.

Eu já saciei a sede do meu corpo, com o deserto das emoções.
Foi no fundo do nada que aprendi o valor da confiança.
Foi aí que nasci de novo e percebi que tal como eu, tantos outros encontravam-se sem rumo na mesma espiral descendente de falta de confiança.

Anda, eu dou-te a minha mão.
Vem juntar-te à lista dos good-guys.
Contigo seremos dois.

Alerto-te para o seguinte:
Quem aprendeu com a dor, aprendeu também a identificar a fonte de dor - não há segundas oportunidades - seremos exigentes - quereremos mais.

Seremos a sociedade não secreta dos Homens de Confiança.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Olhos de luz

Que sina esta em descobrir que o que procuro, os meus olhos não encontram.
Que sorte em saber que a Visão vive para lá dos olhos que trazemos no corpo.

Para que a busca não seja em vão, devemos evitar procurar o que não se vê, com olhos que não sentem.

Porque o que se procura, muitas vezes não se encontra por fora, mas sim por dentro.
No lugar, onde ainda não se fez luz.

sábado, 17 de novembro de 2012

Humanidade de copo meio cheio



Sim, a Humanidade também é feita de muitas coisas boas que não passam na televisão.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Povo da Fronteira

Junto à fronteira moram os maiores patriotas porque é a esses que é pedido que tracem os limites.
É perante o desafio Maior que se constrói a Suprema das convicções.
Mantém-te junto ao limite pois é lá que encontrarás a Força do teu Viver.

Corredor da morte


Na minha rua chamava-lhe “O jogo do Trava”.
Quem foi rapaz adolescente nos anos 80-90 como eu, é capaz deve ter conhecido o conceito de bulling, quando o conceito de bulling ainda não tinha sido inventado.

Este jogo em particular constava numa pessoa que passava num corredor feito de colegas, que tinham como objectivo bater no que seguia no meio, rindo da pancada que ele levava, sem mostrarem os dentes.
Se fossem apanhados a mostrar os dentes por quem estava a “levar”, passavam a ser eles no meio do corredor.

Em linguagem de savana, jovens leões a afiar os dentes.

Conceito questionável, é certo.
À luz dos dias de hoje – Bulling condenável.

No entanto, recordo esta experiência da minha adolescência para aplicá-la a quem hoje, vai “levando” a sua vida sem rumo.

Porque quem vai “levando” a vida, vai “levando” com a vida.
Aplica-se a pessoas, a empresas uma vez que empresas são conjuntos de pessoase, e por inerência a Países.

Sem um plano ou uma estratégia, o que resta é um corredor interminável repleto de pancada em que o nosso fado é ir reagindo à medida que ela vai nos vai batendo à porta.
Do lado de fora do corredor, estão os que continuam a rir, sem mostrar os dentes.

Para mim, só tens uma opção:
Primeiro, sair do corredor.
e depois, assim que conseguires aprender as regras que regem o jogo, abandona-o.

Não precisas de viver essa escola.

 

 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Vitória amarga

De que vale a vitória se não tiveres com quem partilhar?

sábado, 10 de novembro de 2012

Caixinhas

A maior parte das pessoas precisam de catalogar para compreender,
Delimitar para enquadrar,
Circunscrever para entender.

Precisamos de quadrar o círculo, meter em caixinhas.
O problema é que quando catalogamos, estamos a deixar de fora muita coisa.
 

Catalogar, delimitar ou circunscrever são acções de corte, de ruptura, de rejeição daquilo que ainda não se está preparado para entender,
Deixando apenas aquilo que já se sabe ou que está próximo daquilo que se sabe.

É por isso que muito se perde na catalogação. De facto, quase tudo, na medida em que muito pouco é o que já sabemos.

Da próxima vez que te pedirem para te apresentares tenta não responder: “Tenho o curso X, trabalho na empresa Y, etc”.
Estarás simplesmente a catalogar-te e isso significa que estás a esconder o que há de melhor em ti.

Já basta a catalogação volutária (ou involuntária) que os outros fazem de ti.

 

 

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Palavras para o vento não levar


Só temos que ter vergonha se acharmos que não fizemos o nosso melhor.
Caso contrário, estamos cá, para o melhor e para o pior, sempre de cabeça levantada.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Erros facilmente corrigíveis

A incapacidade em assumir um erro, seja para si próprio ou perante os outros,
é a prova cabal de um autismo profundo sobre o seu próprio passado, sobre as suas próprias raízes.

É a patologia grave e silenciosa que vive dentro de quem não consegue soltar amarras e aprender com a sua experiência.
Pobres daqueles que sofrem ao preferir viver na negação do evidente, tão claramente espelhado aos olhos dos demais.

Impõe-se a Humildade em reconhecer que não somos perfeitos e que juntos seremos sempre mais fortes de que orgulhosamente sós.


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Caridade do umbigo

Estamos prestes a entrar na época natalícia.
Esta é a época propícia para a típica mão na consciência,
Para aquilo a que chamo a caridade do umbigo.
A caridade que serve apenas os nossos próprios interesses.

Impôe-se voluntariado, sustentado, real e continuado.
Existem por esse país fora muitos voluntários que abraçam essa missão como o seu próprio respirar.
A esses sim, há que dar valor pelo seu papel fundamental e imprescindível – verdadeiros heróis.

Chega de pijamas, cassetes VHS ou bonecos velhos a despachar das nossas despensas.
Chega de futebolistas que tiram a foto da praxe e seguem o seu caminho, no seu carro topo de gama.

É que os fotografados ficam à mesma no mesmo sítio, dependentes de todos, e também daqueles que encaram o voluntariado, não como um súbito peso de consciência, mas sim como uma missão.

Correndo o risco de ser demasiado áspero, convidava à mão na consciência mas no sentido de evitarmos fogachos, sob pena de estarmos a alimentar o nosso ego às custas de quem mais precisa.

Se queremos ser eficazes, temos que partilhar o pão, não as migalhas.
A migalha serve apenas para se saber quanta fome se tem.


..a propósito do funeral de um Palhaço Nariz Vermelho – um Dr. Professor.

 

Navalha de água fria


Ao educar o corpo a gostar do banho de água fria, começamos por educar a mente.
A princípio o corpo não está confortável  - A mente é que aprende a dar outro significado ao desconforto.

A prova disto está no momento em que a mente se distrai.
Nessa altura o corpo grita, por estar fora da sua zona de conforto.

A evolução foi e será sempre um abrir de novos caminhos.
Um parto, um nascimento, um sair de útero de conforto.

Há que sair da zona de conforto para evoluir e reconciliar “fazendo as pazes com o corpo”, num ciclo repetitivo de constante evolução.

Sair e crescer,
Reconciliar e incorporar
Para de seguida,
um novo degrau alcançar.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Aparências de Verdade

A melhor maneira de parecer, é Ser.
A credibilidade é só um exemplo disso.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Caminhada

Existe um grande caminho a percorrer entre dois monólogos e um diálogo.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Força da Natureza

De dentro, surge o Fogo.
De dentro para fora. Num permanente movimento de expansão, de querer viver e de expressar-se.

O fogo atravessa então a pele, em direcção ao exterior.
E pela pele, que age como água, filtrando, acalmando e apaziguando o Fogo que arde dentro de ti, o Fogo, essa força da natureza que alimentas dentro de ti, transforma-se então na expressão inteligível do teu Ser.

Passa uma Vida e a pele acaba por fim a perecer, envelhecida e queimada.
O Fogo, esse, continuará a arder dentro de ti, tanto e tão forte quanto maior for a quantidade de lenha que lhe deres para crescer.


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Tempo certo

A sabedoria está em escolher as batalhas e a altura certa para as travar.

Refeição

Se não convidares o leão para a tua mesa, cuida para que não faças parte do seu menu.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Confidências ou Cusquices?

Haverá possibilidade de algum dia um confidente não ser considerado hipócrita depois de se saber que afinal de contas não é exclusivo?

Como é que uma relação de confiança pode recuperar quando o confidente afirma:
- “Eu sei uma coisa que tu não sabes, mas não te posso dizer?”

Quando a ilusão de exclusividade se desvanece, instala-se em quem confidencia um terrível sentimento de traição, de não-reciprocidade, mesmo que isso prove que as suas próprias confidências estão seguras.

O pecado está na curiosidade de quem quis saber mais, e também na ingenuidade de quem ousou desafiar a curiosidade.

Percebo agora as palavras do Steven Pinker que explicava porque é que vão sempre existir Tabus.
Há perguntas que não se fazem e respostas que não se dão.

Se olharmos por exemplo para a Igreja católica, este é um tema que já vem vindo a ser trabalhado há muitas centenas de anos.
No confessionário um padre nunca opina nem dá segredos de outros em troca.
Em vez disso, manda rezar terços.

Cada vez mais me convenço que o ganho está sempre no Dar, não no Receber.
Neste caso específico, no desabafar, não no saber dos desabafos dos outros.

É preciso saber que vivemos num mundo imperfeito.
É preciso ser capaz de arriscar sem pedir em troca.
É preciso também muita ciência para ser ombro amigo, discreto e confidente.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Activo renascido

Conheço um casal de idosos que me surpreendente pela sua extrema simplicidade.
Vivem juntos desde sempre e desde sempre que o seu dia é feito de uma rotina diária de lavoura.
De sol a sol, incansáveis.

A minha visão destorcida de cidade diz-me à partida que naquele ar pobre e desgastado só podem viver duas almas encardidas. Não é verdade. De todo.

Basta aproximar-me um pouco para constatar a luz dos seus olhos e sentir o calor da serenidade que transborda dos seus gestos e atitudes.

Olho para este casal e reconheço dois seres que se uniram para o bem e para o mal, por detrás das trincheiras, como forma de ultrapassarem as agruras de uma vida áspera e difícil.

Há um cordão umbilical que os une.
Um sentimento de partilha e confiança.
Um aceitar de diferenças,
Um compreender e adaptar.
Uma procura de um bem maior, a dois.

Penso então nos momentos difíceis que Portugal actualmente atravessa.
A contracção era inevitável face à expansão - É natural e essencial para encontrar o equilíbrio.
Está na altura de voltar a enraizar e reaprender o que se esqueceu.

Recordo o que em tempos um Coronel da Força Áerea Portuguesa que me disse e me marcou:
"Para que serve um contrato de promessa compra e venda - a Palavra não basta?"

À parte dos formalismos legais que são sempre necessários cumprir, o seu comentário
foi inesperado, incisivo e contundente - E com toda a sabedoria que lhe reconheço.

É por isso que inspirado nas suas palavras realço hoje uma das muitas coisas importantes que reaprenderemos com estes momentos difíceis:

O valor da Palavra de um Homem.
A confiança, como forma de ultrapassar uma tormenta.
O companheiro de guerra.
O irmão.

Há que estabilizar o barco para depois rumar em frente.

Perante as dificuldades que se nos apresentam, muito mais do que um CV, uma conquista fácil ou uma acção de marketing eficaz, será essencial de agora em diante poder contar com a coerência e a estabilidade que uma relação de confiança permite como activo essencial para ultrapassarmos esta tempestade.

Recuperar o sentimento de pertença, de tribo ou de pátria.
Reagrupar, para poder voltar a crescer.

sábado, 15 de setembro de 2012

Orgulho secreto

Deixar a nossa marca de forma indelével e transparente faz parte de uma coisa a que chamo Orgulho Secreto.
Ser a peça que liga tudo e ninguém sabe nem ninguém vê, é algo que só surge raramente e quando o conseguimos, criamos simultaneamente em nós um sentimento de Valor, de Altruísmo e de Significado que se aloja bem no centro no nosso peito.

É a memória a guardar no nosso álbum Maior das pérolas a recordar quando chegar o momento de olhar em retrospectiva.

E o facto de ninguém saber, faz parte desse sentimento.
É um segredo com o poder que só os segredos têm.


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Eclipse

A arrogância tem a capacidade de eclipsar o maior dos especialistas.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O melhor do Mundo


Só somos os melhores do Mundo enquanto não conhecermos o Mundo.
Pensar que somos os melhores do Mundo é o primeiro passo para congelarmos o nosso Saber.
Se pensarmos que somos 7 mil milhões então é óbvio que as probabilidades não jogam a favor.

A Humildade é o passo importante para garantir a Curiosidade.
A Curiosidade é o salto que garante a Evolução.

É que o Melhor do Mundo é exactamente aquele que com certeza não está preocupado com isso - tem mais que fazer.

 

 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Início do movimento

O dia em que deixares de acreditar que a Sorte é um mero acaso é o dia em que aprendes a mover as montanhas.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

À procura de pistas

Ao chegar ao carro lembro-me que deixei o cartão para sair do edifício, no escritório.
Volto ao escritório e lembro-me que deixei a chave do módulo de gavetas onde está o cartão, no carro.
Ao descer e subir novamente, pergunto-me:

Porquê isto?
O que se passa afinal?
Qual o propósito?

O que me queres dizer?

Procuro por Pistas no elevador para tentar perceber porque é que me trazes recorrentemente a este espaço e lembro-me entretanto do seguinte:
Talvez não seja Algo no elevador, mas sim Alguém.

Quando finalmente carrego no botão para voltar à garagem, eis que o elevador pára a meio caminho..

Quem és tu e o que temos que falar?

Encontrar as estrelas

Se queres ver para além da tua janela, tens que baixar um pouco a luz do teu quarto.
Caso contrário, só vais encontrar o teu reflexo.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Acabou-se o combustível.


Existem veículos que antes de chegar ao fim do depósito, avisam.
Quando o ponteiro chega ao fim, acabou. Ponto final. "É o que é".

Existem outras marcas de veículos em que só quando se chega ao fim, é que então começa a avisar que "vai agora entrar na reserva".
E agora sabe-se lá quanto é que a reserva vai durar...
É uma sorte,
Um jeitinho adicional,
Um vamos lá ver o que dá...

Curiosa é ainda a relação que existe entre estas 2 abordagens no aviso da reserva de combustível e a respectiva latitude de onde as marcas são originárias.

Mais a Norte, mais assertivo,
Mais a Sul, mais permissivo.

Já se sabe que tem a ver com a temperatura.
É o calor que molda uma cultura.
e isso reflete-se nos objectos do dia-a-dia.

Tudo isto para dizer que, sem querer fazer publicidade, existe uma empresa proveniente do mesmo País de onde vêm os carros assertivos, que escolheu um slogan que me agrada particularmente e no qual creio que nos deveríamos rever:


Porque a vida é para ser vivida, com Paixão, e já agora, "sem Reservas".



terça-feira, 14 de agosto de 2012

Ser mais Centro

Escolher um caminho diferente é optar por uma vida de batalhas.
É a opção que nos ensina a ser mais fortes.
É a via que alimenta a Coerência e a Convicção.

Assumir cegamente as atitudes da maioria é optar pelo caminho pobre, pelo caminho da ovelha.
É escolher ser apenas um número.

Se te sentes rodeado por aqueles que justificam a sua infelicidade com a infelicidade dos outros ou se te sentes criticado por quereres ser melhor, então há que mudar.

Mudar o que está à tua volta.
Mudar com o teu exemplo,
Passo a passo,
Conquista a conquista.

Afinal de contas,
Qual é a versão de Confúcio que preferes?
"Não faças aos outros aquilo que não gostarias que te fizessem a ti",
ou
"Faz aos outros aquilo que gostarias que te fizessem a ti"?

Apoia quem luta pelas tuas lutas e irás constatar que para lá da cortina de fumo existem muitos outros que tal como tu, anseiam por uma vida melhor, com mais Corpo.

Percebo agora que o caminho do meio não é o caminho do rebanho.
O caminho do meio é o caminho do centro.
Do nosso centro.

domingo, 5 de agosto de 2012

Decidir ou carregar

Ir à praia às vezes significa ponderar levar um livro.Levo este ou aquele?

Se decidir por um, corro o risco de chegar à praia e não ter opção de escolha..
Se não decidir tenho que carregar os dois.

Diria que é melhor o melhor dos dois Mundos:
Opto escolher Agora, e não Carrego depois.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Subir a colina

Ao subir a colina não tentes ir mais depressa que os outros.
Concentra-te no teu ritmo e mantem-te atento.
Mantém o centro. Passos fortes. Um atrás do outro.

Não te distrais quando chegares ao topo.
Se tiveres a sensação que foste mais depressa é porque os outros abrandaram.
Não olhes para trás. Não tentes perceber o porquê dos outros.

Olha antes para os teus Porquês.
A jornada só está terminada quando estiver terminada.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Full extras

Optar pela opção Full extras é adiar tomadas de decisão.
É abdicar de dar valor ao detalhe.
De analisar o que se quer e o que não se quer.

É engolir à garfada apenas para encher o bandulho.

"Full extras" ou "empty thoughts"?

Vai uma Vida "Full extras"?

terça-feira, 24 de julho de 2012

Recompensa ao virar da esquina

No meu aniversário optei por ir almoçar a um dos meus restaurantes preferidos.
No final, a conta estava trocada com a de outra mesa  - solicitei a correção.
Na 2ª via veio apenas parte da conta. Insisti que faltava o café.
A 3ª via foi emitida e lembrei-me entretanto que também não tinham contabilizado as entradas.

A verdade é que podia ter simplesmente aceite a 2ª via e assumido que essa era a minha prenda de anos.
Quem me conhece sabe que não o faria.

O que não estava à espera é que a minha prenda estava por vir, mesmo ali ao virar da esquina.
Ao sair do restaurante ouvi na ponta da orelha os seguintes comentários entre funcionárias:
“Funcionária 1: Este senhor não existe..”
“Funcionária 2: Ele é sempre assim.”

Esta foi a minha prenda de anos e que quero partilhar contigo.
O reconhecimento da verticalidade e da coerência, por parte de desconhecidos – é uma ótima prenda de aniversário.

Há que tomar as rédeas da nossa vida. Liderá-la.
Liderá-la com o exemplo daquilo que queremos ser.
E não ter  medo de nos orgulharmos do que somos.

Vamos sempre encontrar mais sorrisos do que estávamos à espera.
 

domingo, 22 de julho de 2012

Agora!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Autodidacta

Disse-me há alguns dias atrás um desconhecido:
"Sou um autodidacta - chego lá, demoro é às vezes mais tempo"

Esta frase ficou a ressoar no meu cérebro.
A convicção com que ele me fitou o olhar e disse estas palavras "chego lá" marcaram-me o pensamento.
Fez-me lembrar na convicção da tartaruga.
Não só na convicção mas também na confiança do seu valor intrínseco.
Estes dois factores são pedras basilares para traçar um futuro próspero - Muito mais do que viver à sombra de um canudo.

Já dizia o folheto do aplicativo financeiro: "Rendibilidades passadas não são garantia de rendibilidades futuras".

A vida evolui todos os dias e as pessoas também, se assim o quiserem.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Olhar em frente

Viver uma vida no espelho retrovisor é avançar no desconhecido de vendas postas.
O passado é importante para enquadrar, para servir de experiência, para dar corpo.
Mas há que deixá-lo ir.
O passado é corrosivo quando vivido em forma de grilhões.
Devemos libertarmo-nos dele.
Bom ou mau, já foi.

Agora há que dar espaço e seguir em frente.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Soma das partes

O valor de um Homem mede-se pela soma das partes que vivem na memória dos outros.
O valor de uma Vida mede-se pela soma das partes que não morrem na memória dos outros.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Depois da vitória

Depois da vitória, o Porquê.
Tentar escrutinar de onde surgiu a oportunidade,
e por onde deambulou a sorte enquanto desenhavas o teu destino.

Se a vitória te soube bem, então foi porque tiveste bons adversários.
A primeira coisa que bons adversários fazem é levantar o queixo e definir o que vão melhorar para a próxima oportunidade.

Respeita os teus adversários e não te esqueças de fazer o mesmo.
A vitória é um momento efémero. Apenas louros e taças.
No percurso para a obter é que estão os tesouros.
E entre eles os teus grandes adversários.
Os que te levam a dar mais um passo.

Um pequena nota para um gigante olímpico: Sergei Bubka
35 recordes mundiais e uma capacidade imensa de se reinventar.
Podia ter tido só 2 ou 3 recordes mundiais mas até nisso mostrou a sua grande capacidade de gerir o ego.
Estava antes de tempo e soube adaptar-se avançando aos poucos.
Podia ter comido o bolo em 2 ou 3 dentadas. Decidiu alimentar-se 35 vezes e deixar uma marca na história.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Outlier

Sê um Outlier.
Sente orgulho em aceitar o desafio.
Significa aceitar questionar-se, criar estrutura.
Dar corpo.
Conhecer-se.
Saltar fora do rebanho.
Criar alma.

O adulto e a criança

Ser adulto significa compreender as regras do jogo.
Significa aprender que há o bom e o mau.
Significa escolher de forma consciente, agir e compreender as consequências.

Significa dar espaço para a sua criança correr, questionar e inventar.
Significa garantir à sua criança que não tem que se preocupar com as camadas de sociedade impostas.

O interface é o adulto que deve garantir - a criança brinca lá dentro.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Desencontro momentâneo

Num sopro inesperado, escapaste-me por entre os dedos.
Num desencontro, alguém decidiu tirar-te de mim,
Sem me deixar dizer-te adeus.
Sem um simples Porquê.

Restou-me a dor do que não te disse,
e a mágoa do que não te dei

Apenas ficou um deserto de pó seco e de emoções amargas.

Num sonho viste dizer-me que era no deserto que te devia procurar.
Disseste-me que devia olhar o céu e não o chão.
Por isso ergui-me das sombras e tornei-me viajante,
Procurando voltar a reconhecer o teu sorriso algures nesta ou noutra vida.

Sei que virá o momento em que vou reconhecer os teus cabelos, a tua voz.
Sei que nessa altura me dirás em silêncio,
que a tua ausência, agora cravada nas minhas lágrimas,
serviu tão somente para eu aprender a saborear de novo, o teu perfume, a teu olhar, a tua presença.

Acordei de repente, em sobressalto.
Perguntaste-me: "O que se passa?"

Olhei-te nos olhos e disse: Estou feliz, acabei de poupar uma vida.

sábado, 16 de junho de 2012

Religiões

Ao não contar a história toda, deixamos espaço para outros finais.
Quem nos ouve acaba por surpreender, fazendo por vezes muito mais do que nós seríamos capazes ou estaríamos à espera que acontecesse.

No fundo, não mostrámos a nossa fronteira e como tal deixámos espaço a que outras fronteiras mais além fossem desenhadas.

Nos dias em que me levanto mais ateu penso se a religião não será mais do que uma grande mentira muito bem contada, criada com o único propósito de trazer ao de cima o melhor que há em nós.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Deserto

Desertos de emoções,
Desertos de sensações,
Uma seca de sentimentos.

São Oceanos de capas,
Mil formas de afogar uma dor,

A solidão encontra-se sempre escondida debaixo da pedra, longe da luz.

Acender uma lanterna às vezes é o suficiente para iluminar os rubis mergulhados na lama, desejando de serem encontrados.

Uma raio de sol é quanto basta para provocar uma chuva de inesperados momentos que lavam as máscaras petrificadas e trazem para a rua o que todos anseiam e desesperam.

Vida

domingo, 10 de junho de 2012

A última milha


A última milha é a mais importante.
É onde o cansaço questiona a convicção.
Onde a dúvida questiona a Fé.

Se uma equipa inteira se reune para dar voz a um homem, esse homem não pode desiludir no último minuto.
Esse último momento é o momento da coesão, para o qual todos trabalharam.
Todos prescindiram de algo no caminho - há que provar o valor do que escolheram em troca.

Não é razoável que tudo seja em vão por um desplicente: "Amanhã também é dia.."
"Amanhã" nunca será igual a "Hoje". Será sempre um dia diferente.

A reta final é o momento onde as batalhas são ganhas,
Onde as grandes equipas nascem,
Onde se desenham as bases para que a história se volte a repetir.

Se alguém te provar que o Destino existe, e que cada pessoa tem o seu, diria que então Ele estará a contar contigo para a última milha - não O desiludas.

Depois da meta, a desilusão espera os que não se esforçaram.
Os que deram tudo por tudo sabem que a vitória não é a medalha, é a paz interior.

Não baixes os braços.
Não largues o osso.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Mais, Quero mais

Por coincidência ou talvez não, li ontem um artigo muito interessante que descrevia actos que valem mais do que palavras,
Por coincidência ou talvez não, ouvi hoje uma rubrica que abordava a ética que vive para lá das Leis,

Esta vida que nos foi concedida é o tabuleiro de jogo onde podemos experimentar e aprender.
Haverão sempre desafios difíceis de compreender mas não podemos esquecer que quando tivermos que ir, o que ficará será simplesmente o Pó do nosso corpo e a Imortalidade dos nossos actos.

Quando em dificuldade, o melhor a fazer é mudar de tabuleiro - Ajuda a relativizar as pequenas chatices do dia-a-dia.

Senão vejamos:
Pensa na chatice que te apoquenta.

Agora ouve o que te digo.
Sabes que no IPO existe um regime de acompanhamento aos que já ultrapassaram um problema oncológico- Chamam-lhe a consulta dos DUROs (Doente que ultrapassou a realidade oncológica). Nome apropriado, não?

Ainda te lembras da tua chatice?
Só de pensar que existem DUROs com menos de metade da minha idade faz com que tudo desapareça num ápice.

É por isso que prefiro gritar ao Mundo afirmando que se me mostrares o que tens de melhor, devolver-te-ei na mesma moeda.

Ou por outras palavras, se quiseres vir comigo, dou-te boleia.
Se não quiseres, tudo bem.
Tens é que sair da frente, porque já há mais gente no carro que não está disposta a perder nem mais um segundo - Vais no próximo.

Agora percebo o mestre chinês que se recusou a ensinar determinado aluno.
Não podemos perder muito tempo com quem não quer aprender.
Por respeito a quem quer e acima de tudo por respeito a nós próprios.
Há-de haver nova oportunidade no futuro.
Há que dar espaço ao amadurecimento e voltar a tentar, talvez mais tarde.

Esta resolução permite-me confiar mais em quem devo confiar.
Mesmo que não conheça como conhecemos um Irmão.
Aprendi a estar atento aos actos e neles reconhecer o carácter de quem os pratica.
Olhar para lá das tácticas.
Separar o trigo do joio.

Grandes Famílias, Grande Equipas ou Grandes Empresas são todas feitas deste tempero, deste reconhecimento de que existe algo que as une pela positiva, como se fosse uma energia invisível que cola todas as peças.

Tudo começa a partir de uma sub-cultura de honestidade e transparência, quase tribal, que se alastra pela Organização como um vírus.

A chamada cultura da empresa.

chega! O era das caixinhas já terminou.
Está na hora de dar mais e de exigir mais.

O tempo urge. 

domingo, 3 de junho de 2012

O Corvo e a Raposa de La Fontaine


A curiosidade é algo de precioso que devemos nutrir dentro de nós.

A curiosidade do Corvo é o que nos faz seguir em frente e manter o nosso Querer.
Mas no caminho do Corvo cruzam-se muitas Raposas.

O Corvo defronta-se com muitas táticas ardilosas de Raposas que brincam com a sua curiosidade,
Táticas que tentam levar a atenção do Corvo para aquilo que não é do seu melhor interesse.

É aqui que a curiosidade matou o Gato - A curiosidade desmedida e descontrolada,
utilizada de forma mais desadequada.

Ao aprender a reconhecer o canto das Raposas ou Sereias, o Corvo percebe que o mais importante afinal é o Queijo que já está no seu bico, ao seu alcance.

Às vezes é preciso perder muitas batalhas antes de aprender a dar valor ao Queijo.

..É preciso esquecer o Ego..

Há que focar a curiosidade no horizonte, nos objectivos do nosso Querer.
Há que deixar a raposa a falar sozinha, abrir as nossas asas e voar.

E não há que ter pena da raposa.
Ela também está no seu processo de aprendizagem, tal como nós.

O Corvo tem que aprender o que é o Queijo.
A Raposa tem ainda que passar fome antes de conseguir que lhe crescam as asas.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Complexidade

Complexidade significa densidade.
Mais fundo, com mais sumo.

Complexidade significa corpo,
Suporte e Segurança.

Ser complexo não significa ser difícil.
Significa ter várias dimensões.
Significa ter mais sabor.

Para ser simples há que ganhar complexidade.

É a diferença entre o simplesmente transparente e o transparente com alma.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Óbvio ou complexo

No complexo por vezes encontramos o óbvio e no óbvio o complexo.
Eis um exemplo:
"Para encontrar, há que procurar"
Óbvio, certo?

sexta-feira, 11 de maio de 2012

A bússola

Páro por um momento.

Viro as costas a Sul e deixo o Sol aquecer os rins.
Por momentos, permito-me relaxar ao som do vento.

Diante de mim, um campo verdejante,
Uma palete de cores graciosamente iluminada.

Aos poucos sinto a minha Visão ampliar,
mais e mais atenta ao pormenor.

A sombra, essa deixou de me perseguir.
Em vez disso, o meu Passado aponta agora em frente,
mostrando-me na relva, os contornos de quem eu sou.


Verifico que a pégada que deixo define-me como Homem.
Ao mesmo tempo, esta minha marca aponta o Norte para o Futuro que vou alcançar.

Foi só preciso Parar e Escutar,
e Ver o que este Sol tem para me mostrar.

sábado, 14 de abril de 2012

Tempo para viver

Na vida temos 2 tipos de encruzilhadas.
Aquelas onde temos que decidir Escolher, e aquelas onde temos que decidir Deixar.
Perder demasiado tempo em qualquer um deste tipo de decisões significa roubar tempo ao que se tem para viver.

Quanto mais tempo demorares a escolher quem queres no teu futuro, ou a deixar ir quem pertence ao teu passado, menos tempo tens para viver com quem está no teu presente.

Reflete quanto baste e decide Escolher ou decide Deixar.
Com coragem, sem remorsos ou vergonhas.

Na maior parte das vezes, uma decisão nunca é definitiva.
O importante é não deixares-te paralisar nas tomadas de decisão.
Quanto ao resto, relaxa - Tudo é um processo adaptativo.
São centenas de decisões que fazem uma grande decisão.

Aprende a decidir depressa.
E aprende a encontrar o espaço que existe imediatamente antes de cada tomada de decisão.

Vais ver como é bom encontrar esse espaço e que esse espaço se torna cada vez maior com o tempo.

É o espaço da Escuta, da aprendizagem.
O espaço do Repouso Atento.

terça-feira, 27 de março de 2012

Escolhas

The people you choose will make the person you are.

Saber escolher é uma arte que se aprende ao longo do tempo.
Na nossa vida há muitos tipos de interacções.

Pessoas que fazem tangentes e outras que fazem secantes,
Pessoas que marcam diâmetros.

Pessoas que vêm e pessoas que vão.

Ao escrever estas linhas lembro-me de um mar de gente com quem já tive o prazer de partilhar um, alguns ou muitos momentos.

Algumas delas provavelmente vão ler este post - e que bons momentos foram!

Mas o ponto que quero defender é que também há alturas em que temos que ter o discernimento de escolher Não Estar.
Por uma questão de auto-estima, há que saber excluir o que não é certo na nossa vida.
Praticar o bem, respeitar e ajudar, desde que isso não implique prejudicarmo-nos a nós próprios.

Parece pouco altruísta mas não é. Pelo contrário, é mais do que se pode imaginar, inclusivé para de quem nos devemos afastar.
Em tudo há uma lição.
Às vezes basta dar um tempo. Outras vezes não é suficiente.

No avião, se houver um acidente e formos ao lado de uma criança, as indicações são as de primeiro colocarmos a máscara a nós próprios e só depois colocar a máscara à criança.

A Madre Teresa de Calcutá não passava fome. E foi assim que conseguiu ajudar muitas mais pessoas do que se não tivesse tido o discernimento de se auto-preservar.

É um bom senso que quando levado a situações limites como é o caso de muitos dos episódios passados no Evereste, é encarado por quem não está lá a sofrer na pele, como pura crueldade.

Julgo que esta conclusão se aplica a determinadas personagens que cruzam o nosso caminho.
Temos que ter o discernimento de polidamente afastarmo-nos, por respeito ao valor que tem a nossa breve existência neste Mundo.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Jovem promissor

Um ancião convida um jovem promissor para um almoço a dois.
Após 20 minutos de silêncio, o ancião pergunta:
- E então, não tens nada para me perguntar?
ao qual o jovem responde:
- Se é o silêncio que se propõe ensinar-me, é a serenidade do silêncio que aprenderei hoje.

sábado, 24 de março de 2012

Copos de sapos

Passaste hoje por mim ao almoço.
40 e picos, alto, encorpado, boa pinta.
Deixaste um aperto de mão e um sorriso de cumprimento ligeiramente apagado.

Não fora o facto de alguém já me ter dito em tempos que tinhas um problema com a bebida, e o assunto morreria aqui.

A verdade é que por uma ou outra piada fora de contexto, alguém desconfiou, alguém reparou no teu "à vontade" com a bebida.
E esse alguém colocou-te um etiqueta ao contar-me desses pormenores.
Sabes como são as etiquetas.. Uma vez colocadas, custam muito a sair.
Foi por isso que almocei olhando de esguelha para a tua mesa, tentando validar o que me haviam contado.

Foi grave e foi triste.

Deparei-me com um homem cheio de truques.
Bebias rápido para que não se visse vinho parado no teu copo.
Pedias uma garrafa de vinho de meio litro de cada vez, devolvendo sempre a anterior para não deixar acumulá-las na mesa.
Na mesa colocaste uma 7Up que tiveste o cuidado de pedir em primeiro lugar e colocaste junto ao teu copo.
As garrafas de vinho essas, iam sendo colocadas estrategicamente uma após outra, sempre junto ao copo de quem almoçava contigo - um qualquer personagem que não sentia a necessidade de manter a aparência e que eventualmente nem sequer se terá apercebido das tuas artimanhas.

Mas tu não.
Tu vives da imagem que projectas no espelho.
Tu vives num contrasenso, num dilema.
Afogado num vício nascido no seio de uma vida de agruras.

Cada copo de vinho que bebias não era mais do que um dos muitos sapos que que já tiveste que engolir. Talvez por uma educação rígida, talvez por falta de auto-estima. Não sei.

Sei que no meio disso, o álcool foi o único que te compreendeu e que te presenteou com o esquecimento, ainda que temporário, daquilo que não conseguiste aceitar. Foi o analgésico.

No final da refeição os teus olhos eram agora mortiços, anestesiados.
A dor tinha passado, mais uma vez, por agora.

Vejo-te só, sabes?
Perdido nas tuas angústias.
Deambulando no meio da multidão, aos encontrões contra os outros.

Ao ver-te pensei para comigo quantos sapos, em formato de palavras por dizer, já eu próprio engoli na minha vida e quantos deles já consegui entretanto recusar.


Deste-me força para continuar a crescer.
Ensinaste-me mais uma vez que um Homem quando está só, verga primeiro por dentro, e só depois por fora.
Mais uma vez pude crescer não na minha pele, mas sim na dos outros. Dos mestres.

Sabes,
Observar tem sido para mim uma fonte de riqueza,
Uma Fortuna.
Ouvir, acima de tudo, e incorporar.

Vou deixar-te uma semente num dia destes, como forma de agradecimento.
Uma ou duas palavras certas que talvez consigam encontrar terreno fértil dentro do teu coração, para que deixes de uma vez por todas de olhar para o alcool e comeces a abraçar a tribo que te rodeia.

São eles que te vão salvar.
São eles o mapa que precisas para te reencontrares.

Até breve.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Lufada de ar fresco

Vivemos num Mundo onde a Verdade assusta, gera desconfiança, desconforto.
Seria natural que isso fosse aplicável à Mentira, mas afinal não.
Vivemos num estado de alerta constante onde o Verdadeiro é que surpreende e é afinal a lufada de ar fresco.

Podemos ser essa lufada de ar fresco.
Podemos não ter receio de ser diferentes.
Podemos orgulhosamente levantar o queixo e sermos nós próprios.

Sem receio de aprovação,
Sem necessidade de imitação.

Podemos simplesmente abrir a boca e falar.
Comunicar ao Mundo o que somos, sem medos.

Logo após o nascimento, iniciamos uma aventura onde aprendemos a seguir os passos dos nossos progenitores, numa busca de pertença. Crescemos mas a necessidade de pertença mantêm-se e talvez seja essa necessidade de pertença mal interpretada que nos leva a querer ser como a média, quando na realidade, em fase adulta, há que florescer.

Por isso, o medo que nos prende de sermos nós próprios, reside em todos nós.
Quando alguém transpõe essa barreira imaginária, mostra-nos que afinal não é o fim do Mundo - é só o princípio.
Ser próprio é ser original, ver as coisas de outro prisma, explorar, visionar e inspirar.

Mission statement 2.0

Não tenhas medo de ser um outlier. Ser diferente da maioria significa estar atento à diferença e saber para si mesmo o que é essa diferença. Significa ser mais seguro das suas convicções. Significa questionar-se. Significa ter identidade.

Quando achas que já estás confortável, está na altura de dares o passo seguinte e avançares para o 2.0

sexta-feira, 2 de março de 2012

A beleza como forma de insulto

Cruzei-me hoje com uma Barbie.
“Sou gira portanto olha para mim”
Senti pena.

Esta Barbie fez parar a porta do elevador com uma suposta legitimidade apenas porque é bonita, segundo os padrões genéricos de beleza ocidental feminina.
Não demorou mais do que 5 segundos é certo, mas a forma como o fez, deu-me vontade de gritar.
Quanto tempo mais teria eu que esperar pelo seu egocentrismo.
Foram só 5 segundos – não deu tempo para ripostar, não seria próprio.
Mas a verdade é que vi nos seus olhos, na sua linguagem corporal algo que me incomodou profundamente.
Foi a sua postura autoritária, insultuosa e terrivelmente feia.

Confesso que dentro de mim há algo que se insurge quando sou confrontado com este estereótipo de que um Homem pode ser manipulado pela beleza exterior da Mulher.
É um insulto à inteligência.
Por outro lado preocupa-me o que vai na cabeça da Barbie porque, quem é que ela irá encontrar que consiga respeitar?

Já ouvi falar deste síndrome antes. Aprisionada num corpo de sonho.

Fico sem saber o que é pior.
Nascer por detrás de uma cara lindíssima ou por detrás de uma cara horrível.

Por alguma razão as pessoas menos atraentes são sempre mais afáveis. São compelidas a crescer. As outras têm que ter mais atenção.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Evolução incremental

Acredito que posturas incrementais são sempre mais eficazes do que posturas radicais.
Seja no desenvolvimento pessoal, na inovação ou no desempenho profissional.
No fundo, no evoluir como um todo.
Radicalizar significa rejeitar o que está para trás de forma indiscriminada.
Significa começar do zero - reinventar a roda.
Sob o falso argumento de que "mais vale cortar o mal pela raiz", deitamos fora tudo - o Bom e o Mau.

Não sou contra dois passos atrás para depois dar um para a frente.
Sou contra o radicalismo, até porque numa perspectiva Darwinista, tudo é incremental.

Respeitemos o trabalho feito antes de nós.
Nem o Bom nem o Mau não são de se deitar fora.

Cada um deve ser incorporado de forma diferente.
O Bom deve-se potenciar, reaproveitar e desenvolver.
O Mau deve-se estudar, e com ele aprender a não cometer os mesmos erros.

Por isso reafirmo, Incrementar em vez de Reinventar.
Parar, Escutar e Avançar.

Puzzle

Um momento é quanto basta para deixares na minha casa a tua marca, a tua assinatura.

O respeito que tenho por ti faz com que passes a fazer parte do meu puzzle.

És o irmão ou a irmã, que por conta de um olhar, de agora em diante mora em mim.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Clássico

Um clássico dos vídeos TED, daqueles que convém rever de tempos a tempos.
Aprende-se sempre mais qualquer coisa.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Post it

Existe um método de análise denominado o Quadrante Mágico da Gartner.
Desenhando 2 eixos ortogonais divide-se o plano em 4 áreas e a partir daí faz-se o rating das empresas de um determinado mercado, separando-as em "Leaders", "Challengers", "Visionaries" e "Niche players".

Ao fazer este exercício "genérico-táctico", lembrei-me que o ser humano começou por desenhar de forma plana, em apenas 2 eixos esquecendo o 3º eixo.

Olhei para o diagrama e pensei por momentos que também aqui havia a falta do 3º eixo.

Em cada suposto quadrante, transposto agora para 3 dimensões deixa de haver um simples plano, passando a haver um espaço também ele a 3 dimensões.

Passo a ilustrar:


Juntando apenas 1 dimensão, deixei de ter 4 simples quadrantes para tipificar as coisas, passando agora a ter 8 cubos cheios de hipóteses.
De repente, o rating cego e redutor das 4 áreas passa a ter muitas mais hipóteses para classificar o que quer que seja.
Muitas mais hipóteses significa poder olhar para um Mundo mais abrangente, muito mais justo e verdadeiro.

Fez-me lembrar o quão redutor é o preconceito e a tipificação simples e plana de uma mente tacanha.

Depois olhei de novo para o diagrama que tinha acabado de desenhar e pensei:
E se os eixos xyz deixassem eles próprios de ser parte de um plano e passassem a ser curvilíneos, como se fizessem parte dos contornos de uma esfera.

Então aí, os cubos recém-desenhados unir-se-iam no outro extremo de cada esfera com os cubos supostamente opostos.

Fez-me reflectir na abrangêngia do Círculo face ao Cubo ou o Plano. Simplesmente porque permite o reencontro de extremos.

Estas divagações levam-me a pensar que passei dos simples 4 quadrantes para 8 cubos , para o circulo completo adicionando apenas uma dimensão. E se agora juntasse mais uma? O que aconteceria?

Apenas para perceber que saber que nada sabemos é crucial para manter o caminho aberto a novas descobertas.
DEscobertas essas que por vezes surgem de um simples click ou de um conjunto retorcido de metáforas por entre eixos ortogonais, planos e sólidos geométricos.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Estranho Mundo

Que estranho Mundo é este,
Onde só saboreamos depois de sofrer.
Onde só sabemos depois de desconhecer.
Onde só Somos quando deixamos de tentar ser.

Que lógico Mundo é este,
Onde só nos respeitam depois de respeitarmos,
Onde só nos olham depois de Olharmos.
Onde só Aprendemos depois de ensinarmos.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Yang

Madrugada,
No horizonte, o Sol nasce à tua frente.
No vale, uma neblina de mistério.
A estrada, vazia.
No rádio, 30 seconds to Mars - Night of the Hunter, volume 16.

Experimenta.
Se és um Guerreiro vais entender.
Vais recordar.
Vais incorporar todas as tuas batalhas ganhas.

É nestas alturas em que nos deixamos levar, que incorporaramos o Tigre ou o Urso Pardo e entregamos o corpo como instrumento de uma intenção.

Depois voltamos.
E ao voltar sentimos que Recordando ficámos novamente mais fortes.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Como o Desenrascar cria lacunas entre a Percepção e a Impressão

É sobejamente conhecida a fama do Português em "desenrascar".
Uma coisa é valorizar esta atitude na perspectiva de adaptabilidade - Acho bem.
Outra coisa é julgar que esta excepção pode-se tornar no método.

O problema de constantemente "desenrascarmos" induz-nos em erro e pode levar-nos a acreditar que isso é suficiente.
Ao julgarmos que nos "safamos" perdemos a capacidade de melhorar.
E pior que isso, convencemo-nos que não precisamos de aprender.

Dou um exemplo:
Posso julgar que me "safo" a falar espanhol com o belo do "Portunhol".
Aqui ou ali, num diálogo básico e com muita linguagem gestual à mistura, e ignorando uma ou outra situação mais caricata, podemos julgar que o "Portunhol" desenrasca.

O problema é extrapolarmos e pensarmos que esse mesmo Portunhol arranhado que vai safando numa qualquer viagem de Férias às Caraíbas é o mesmo Portunhol que pode fechar negócios com um potencial parceiro Argentino.

Sugestão:
O primeiro passo para desmistificar esta questão é tirar umas aulas de Espanhol. Vais perceber a dimensão do desfasamento que existe entre a percepção que tu tens do teu Espanhol e a impressão que causas em quem está do outro lado da conversa.

Conclusão:
Desenrascar pode ser adequado nalguns casos, mas não faças disso uma regra.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Retirar da religião o que ela tem de melhor

Deixo-vos este vídeo com Alain de Botton no seu melhor.

4 Perguntas

Ontem morrias, prostrado na cama.
Hoje transbordas felicidade.
Amanhã, logo se verá..
Um dia de cada vez.

Uma montanha russa de altos e baixo, de euforias e depressões onde o tempo nunca serve nem de conforto nem de água para lavar mágoas.

Espelhado no teu rosto está o desespero e nos teus olhos a paixão.
No teu corpo, a dor, na tua alma a solidão.

E perguntas-me assim, no meio de nada:
- O que estás aqui a fazer? Não aqui comigo, mas Aqui na tua Vida?
- O que fazes tu com o tempo que esbanjas e que eu desejaria que fosse meu?
- Com quem esperas travar as tuas batalhas?
- O que esperas alcançar?

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Glória

Ao ver o meu filho a folhear as páginas da História Interminável pensava na porta que se lhe abriu ao aprender a ler.
O facto de saber ler leva-o a um patamar totalmente diferente. Um salto para outra dimensão.

Um salto da mesma dimensão será quando incorporamos o valor e o pecado do Ego.
E mesmo quando nos esquecemos da lição podemos sempre contar com os Mestres que nos rodeiam e que volta e meia nos colocam no pedestal para depois nos tirarem o tapete. Os Grandes Mestres que permitem que com cada queda aprendamos mais um pouco a cada dia que passa.

Recordo a história de Aquiles.
Ele não lutava pela glorificação dos Homens.
Ele lutava pela aceitação dos seus Deuses.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

As nossas escolhas

Partilho um vídeo muito interessante sobre as nossas escolhas e a forma como essas escolhas nos tornam felizes ou infelizes.

Um pormenor interessante. Ao minuto 20:30 é abordado algo que eu já tinha inferido mas que surge agora sustentado através de dados científicos e que passo a citar:
"Quando a nossa ambição é limitada, trabalhamos com alegria.
Quando a nossa ambição é ilimitada, leva-nos a mentir, a enganar, a roubar, a magoar os outros e a sacrificar coisas que têm realmente valor"

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Uma prenda para partilhar

Imagina aquela criança que acaba de receber uma prenda.
Tal é a sua emoção que a primeira coisa que quer fazer é partilhá-la com quem mais gosta - os seus Pais, os seus irmãos.

É assim que me sinto hoje.

Hoje, vindo do nada, totalmente inesperado, alguém me ofereceu uma prenda. É essa prenda valiosa que quero partilhar agora contigo.

Hoje, a meio da tarde abri o embrulho e lá dentro estava o seguinte - Uma simples frase:
"És um espalha-sorrisos."

Esta frase é para mim um reencontro com quem sou.
Representa um retomar de um caminho já há algum tempo perdido.
Esta frase siginifica a prova de que consegui voltar ao meu trilho.

É esta frase que quero que leves contigo.
Porque "Espalhar Sorrisos" todos somos capazes.
Nem sempre é fácil, é certo.
Para sorrir, às vezes é preciso aprender a chorar.
Mas quando bebes dessas lágrimas, passas a dar o verdadeiro valor ao sorriso.
Porque significa que já houve momentos em que não o tiveste e sabes o quanto isso custa.

Olha à tua volta com atenção.
Repara e vê a imensidão de pessoas com quem podes partilhar esta prenda que partilho agora contigo.

Garanto-te que ao sorrires nos olhos, tocas sempre alguém.
Mesmo que não seja no imediato,
Mesmo que nunca o venhas a saber.

Mas hoje eu soube e por isso também quero que tu o saibas.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Mais, por menos..

Nos dias de hoje somos levados a procurar as soluções mais criativas, mais inovadoras, mais tipo "ovo de colombo".
É glorioso o momento em que sentimos que fizemos um clique, que criámos uma ponte, que ligámos pontos, que resolvemos enigmas.
Esta vertente inovadora muitas vezes se confunde com uma outra linha do "mais por menos".
É a linha do chico-espertismo, da pequena trapaça.
Não sei se em muitos dos casos será mal intencionado, ou se será simplesmente a pressão constante de mostrar resultados, a força imensa desse maremoto chamado competitividade que nos atira, ou que nos alicia a procurar as soluções mais "fáceis", menos virtuosas.

É aí que devemos colocar um sério travão.
É um caminho que custa muito a recuperar.

Porque esses "atalhos" causam sempre vítimas quer queiramos quer não.
Podemos fazermo-nos acreditar que ninguém topa, mas não é verdade.
Há os que simplesmente estão noutra e realmente não entendem, mas diria que são uma minoria.

Muitos percebem as jogadas,
Poucos têm a frontalidade, a paciência ou o altruísmo suficiente para confrontarem os autores com as suas artimanhas.

Mais por menos ou será Menos por mais?
Acredita - Não vale a pena.

A Glória só surge do trabalho honesto - nada mais.
Só o trabalho traz sabor a uma vitória bem merecida, em muitos casos bem longe de valores materiais, mas muito perto da gratidão, da amizade, da sabedoria e da paz de espírito.

Todos temos esqueletos no armário, é certo.
Na verdade, são esses esqueletos que nos trouxeram as maiores lições - há que respeitá-los.

No entanto, não devemos subjugarmo-nos a um peso que não deve existir.

Vamos lá, de cabeça erguida.
Levantar o nariz e arrancar de novo.
Trabalhar ou melhor - Viver,

Cada vez mais,
e acima de tudo,
Cada vez melhor.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Excessos

Houve um dia aqui há alguns anos atrás em que eu estava no Estádio Nacional a fazer mais um treino de preparação física e aconteceu-me algo de inesperado.

Na altura estava talvez num dos meus melhores momentos de forma física. Nesse dia, estava na pista de tartan a correr há cerca de 40 minutos quando antes de terminar decidi fazer um sprint, como era habitual antes de terminar.
Mas nesse dia aconteceu algo diferente.
Comecei a aumentar a velocidade de forma gradual.
Fui aumentando o ritmo de forma constante de tal forma que fui imprimindo a mim mesmo um movimento de auto-alimentação.
Quanto mais acelerava mais queria acelerar.
O corpo respondia e eu acelerava ainda mais.
Tudo isto, no meio de um turbilhão de endorfinas anestesiantes levou-me para lá do nível de esforço físico que o meu corpo estava apto a aguentar nesse dia.
O resultado foi que só quando cruzei a meta é que me apercebi afinal até onde me tinha levado. Só nessa altura é que me lembrei que precisava de respirar.
E como estava eu necessitado de respirar!

A ânsia de respirar era tal que nem conseguia respirar.
A Laringe bloqueava devido ao desespero de não conseguir inspirar.

Parecia um contrasenso.
Querer respirar, poder respirar e não conseguir.
Depois de um minuto ou dois lá consegui regularizar a respiração.
Lembro-me de nessa altura pensar - que irrracionalidade..

Hoje lembrei-me desse dia. Olho para trás e penso. Quantos são os que são levados a excessos de forma inconsciente e acordam depois fora de pé, percebendo que foram longe de mais, muitas vezes, tarde de mais.

Estou a lembrar-me de muitos exemplos mas deixo-vos apenas um - a Ambição desmedida.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Lágrimas

Tenho cá para mim que a cada Homem é atribuída uma quantidade certa de lágrimas.

Há os que as sofrem e os que as escondem,
Os que as vivem e os que as evitam,
Os que as assimilam e os que as suprimem.

No final creio que todos choramos o que tínhamos que chorar.
Ora por vida bem vivida, plena de lágrimas de alegria,
Ora por vida arrependida, a transbordar de coisas não ditas.

sábado, 7 de janeiro de 2012

A missão

Quando encontrares no Dar, o teu Receber,
Terás encontrado algo muito precioso.
Terás encontrado a tua Missão.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Véus de sereias

Quando vejo alguém esconder-se por detrás de palavras, fico triste.
Não tanto por mim, que já aprendi a sentir essas teias de aranha a passarem pela cara, mas mais por quem se esconde nas costas destas dialéticas.
E mais triste fico ainda ao pensar naqueles que gravitam à volta destes rastilhos humanos que com estilhaços despedaçam as auto-estimas de quem lhes quer bem.

Lançadores de farpas sem dó, espetando-as bem debaixo da nossas unhas.
E como doem as farpas..
e como Moem, se deixarmos.

Ouvir estes discursos, proferidos sem pudor, é sentir-se espectador de histórias não reveladas.

É ir ver um filme mudo, de vendas postas.

São atitudes que nos fazem sentir estranhos num Mundo que se publicita como essencial para nós.

Mas se calhar não o é.

Historias contadas assim de forma velada, não são mais do que manobras de diversão para nos distrair, para nos afastar da nossa raíz.

São iscos,
Cânticos,
Que escondem o que efectivamente necessita ser trabalhado e que é afinal de contas o que está dentro do coração de quem os apregoa.

Ilusões nas quais o nosso tempo não merece ser desperdiçado.
Ou talvez sim.. depende.
Há filmes mudos com tanto para contar..Se ao menos nos deixassem vê-los.

De qualquer das formas costumam dizer que os velhos tornam-se mais resmungões com a idade.
O sentimento não é de resmunguice - é de exigência.

Quando se começa a ver a luz ao fundo do túnel, torna-se bastante claro o valor da nossa vida e o quão importante é cingirmo-nos ao autêntico.

Tudo o resto não são mais do que cânticos de sereias, já dizia o poeta.