quarta-feira, 29 de abril de 2015

A roleta e a bússola


Há dias melhores e dias piores.
É o destino do acaso.

A preparação serve sempre para limar as arestas e moldar o barro à tua intenção.

Sempre que uma vitória te cair inesperadamente no colo, abraça-a e aceita-a de boa vontade, tirando dela o maior partido.

Se por outro lado for uma derrota que te bata à porta, trata de garantir que ela não foi em vão. 
Ela não foi uma simples obra do acaso - No mínimo, foste tu que deste espaço para que tal acontecesse.

Já notaste o quão semelhantes são a roleta e a bússola?
Talvez a mensagem seja a de que devemos transformar a roleta numa bússola.

Podes às vezes ganhar por sorte, mas trata de nunca perderes por azar.

Sabes, 
A vida deixa de ser uma seca, a partir do momento em que fazes as pazes com ela.


segunda-feira, 27 de abril de 2015

O abraço

Ontem, no topo da sua coragem de 3 aninhos, um menino lançou-se à travessia de uma ponte de corda.

A meio, hesitou. Paralisou.


Na outra extremidade, um homem, no topo da árvore.

Um homem a quem de repente foi dada a missão de agir, de dar conforto, à criança que tremia.

Esse homem teve a sorte de estar ali, e também a presença de espírito de no momento certo, limpar-lhe todas as inseguranças e receios.

O homem não sabia, mas ele era um homem-Gorila.

Um velho e sábio Gorila de abraço quente e apertado.


Descobriu que era Gorila porque bastou só isso,

O abraço apertado.

Sem saber, fez o que devia.


O abraço fez com que tudo se desfizesse num ápice.

O Homem, agora Gorila, pegou no menino, agora Tarzan, e levou-o à outra extremidade.


O menino levantou o queixo e acenou para os seus Pais, que assistiam atentos e perplexos, num misto de orgulho e preocupação perante a façanha a que o seu rebento se havia proposto.


Talvez um dia o menino-Tarzan não se lembre.

Mas o homem-Gorila não esquecerá.


Porque da sua memória não sairá a imagem esculpida do momento em que ele soube estar à altura.

Foi a ele que lhe calhou esta sorte - podia ter sido qualquer outro.


Mas foi a ele que lhe deram este presente.

O presente de perceber que basta Um só abraço,


..porque é de abraços que a Vida é feita.



terça-feira, 21 de abril de 2015

O Sapo

Parquimentos,
Impostos sobre os combustíveis,
Portagens,
IVA,
IMI,
Imposto de Circulação,
Imposto de Selo,
Inspecções periódicas,
Certificações energéticas,
e muitos outros

..Tantas e tantas taxas e taxinhas, umas declaradas outras dissimuladas.
Chego à conclusão que todas estas migalhas são o grande Pão que nos tiram diariamente da boca.

Tudo para encher um balde roto, cheiro de buracos por onde se alimentam os impunes que desfilam sorridentes, perante a nossa passividade, com uma aparente imunidade acima de qualquer suspeita.

Viver neste País é difícil.
Não será o mais difícil - é certo. Há por aí muita tristeza pelo Mundo fora.
Mas ao ambicionar melhor, (em vez de comparar com o pior) só posso dizer que viver em Portugal é difícil.
E é triste dizer isto.

É difícil porque são inúmeros os lastros que se impõem à nossa população activa, paralizando-a.

Os Portugueses não têm motivação?
Os Portugueses não trabalham?
Mas afinal com quantos quilos às costas têm os Portugueses que trabalhar todos os dias para justificar o seu valor?
Não me venham falar de preguiçosos e de gerações rasca.
Há muita força nos braços.
...Daquela que só se encontrava nos melhores escravos de galés.

Como explicar esta realidade aos nossos filhos, sem parecer no mínimo anedótico?
Sem parecer um Sapo.
Um Sapo que vai cozendo lentamente na panela, até ser tarde demais.
As taxas e taxinhas são o lume brando, e nós, os Sapos que vamos cozendo.

Na Idade Média haviam senhorios que sabiam manter um modelo "sustentável" que lhes garantia o sustento.
Eles sabiam como manter os Sapos vivos para se manterem produtivos, por mais cruel que isto possa parecer.
Simples - inspiraram-se nos exemplos da Natureza.
Na altura o Sapo raramente cozia e nunca lhe saltava a tampa, ou pelo menos só lhe saltava uma vez.

Hoje, em 2015, seria suposto sermos mais inteligentes e acima de tudo mais Humanos.

Não.

Hoje em dia o estrangulamento das famílias portuguesas é de tal forma que só lhes resta uma solução
Saltar a tampa não, que somos um povo demasiado civilizado para isso. A revolução dos cravos é a prova inequivoca de uma revolução civilizada como mais nenhum povo foi capaz de o fazer.

Portanto a solução é saltar da panela - Fugir, Emigrar.
Tentar outras paragens onde o senhorio (País) seja mais "inteligente".
Já perdia a conta ao número de amigos a quem a Pátria os abandonou.
Amigos a viver com dor no peito por não poderem viver no sítio onde nasceram.

Ahh Portugal, assim resta-te um só Fado.
O Fado do moribundo,
Do País extinto de Sapos a quem cobrar mais taxas e taxinhas de que tanto dependes.
E depois vais viver do quê?
Casinos? Eonomias paralelas, esquemas e afins?

Levanta-me esse queixo Portugal!
Ainda vais a tempo.
Assume-te senhor do teu nariz!

Ainda não desisti deste Paraíso que só se reconhece por quem já vagueou lá por fora.
Mas também confesso que não vislumbro uma mudança de direcção num futuro próximo (independentemente da cor política).
Por isso, vou ensinando os meus filhos a pensar Global.

Não quero que eles aprendam a "Engolir Sapos"



segunda-feira, 13 de abril de 2015

4 Homens perdidos

Quantas vezes almoçaste terminando com a sensação de disparates proferidos e preconceitos mal assumidos?
Quantas vezes cedeste a conversas perigosas ao ponto de teres vergonha de quem não és?

Quantas conversas perdidas? 
Quantas intrigas embarcadas?
Quantas mentiras aprovadas?
Quantas amizades queimadas?

Hoje almocei sozinho, junto a uma mesa de 4 cinquentões.

Foram muitos os disparates proferidos, sem qualquer sentido.
Parecia que nenhum deles queria aquela conversa, mas ao mesmo tempo e por força de sabe-se lá do quê,
por ali seguiram como que aprisionados uns aos outros.

A conversa não extravasou o perímetro da mesa em que se encontravam nem entornou para cima dos empregados de mesa que são a típica primeira linha e por isso não houve razão para intervir, mas fiquei com pena, de todos os quatro. 

São homens, pais, tios e maridos e não são concerteza o que demonstraram hoje, num qualquer restaurante de respeitoso das ruas de Lisboa,

Há quem diga que mais vale só que mal acompanhado.
Eu digo que mais vale uma boa companhia, do que solitariamente abandonado, embora aparentemente acompanhado.


quinta-feira, 9 de abril de 2015

Tu sabes

Tu sabes, quando tens sede.

Tu sabes, quanto num deserto te afogas.


Tu sabes que futuro te espera,

E Tu sabes que o dia vai chegar.


Só não sabes quando...


Mas tu vês.

Tu vês o dia a chegar.


E Tu sentes.

Tu sentes, o arrepio a trespassar a espinha,


Porque quando o dia chega, a magia acontece e tudo se vai.

Tudo se evapora.

O deserto

A angústia,

A sede.


Chega a hora, o minuto,

O preciso momento em que o Mundo se vira para ti e diz:


Vai,

Voa - É a tua vez.


E Tu sabes,

Que foi para isso que nasceste.


Para voar.

Para fazer o que tem que ser feito.



quinta-feira, 26 de março de 2015

Alinhamento

Recordo lembranças de criança, a acompanhar o som do aspirador com a minha voz, alinhando frequências, brincando às ressonâncias.

Talvez tenham sido as minhas primeiras lições do que significa “estar em alinhamento”.


Alinhar hoje em dia é diferente.

Não são som, são percepções.


São Momentos em que algo chove em mim, espontaneamente, impregnando-me de alma e coração num mar de motivação e clarividência.


Como? Quando? Porquê?

Perguntas que procuram resposta.


Tal como quando era miúdo,

São vivências de água fresca, em dias de deserto.



quinta-feira, 19 de março de 2015

História de um Bom Pai

Hoje é dia do Pai.

Dou-vos a conhecer a história de um Homem, que enfrentou chamas para salvar a sua família – um Bom Pai.



Tu deste-te a conhecer pelos teus actos, não pelas palavras.

Mostraste ser Grande onde muitos se revelam pequenos.


Deixaste que o teu carácter viesse à superfície.

Reagiste, prontamente, no momento certo.

Porventura sem medir consequências.


De forma instintiva avançaste,

Apenas porque tinha que ser.

Simplesmente porque a tua vida não faria sentido num futuro onde não vivessem, quem nesse momento te era pedido para salvar.


És um guerreiro, um Samurai.


Agora que a difícil Prova já pertence ao Passado, estás recuperado e pronto a enfrentar o Mundo que te rodeia,

Um Mundo onde tudo parece voltar à normalidade, aos poucos.


Mas a verdade é que não volta.

Nada será igual.

Tu não estás igual.


Estás mais forte.

Trazes no teu olhar a sabedoria daquilo que é importante na vida, ou melhor, na tua Vida.


Todos os outros que aprenderam com os teus atos agradecem-te pelo teu exemplo, e só esperam que no dia em que forem colocados à prova, saibam estar à altura daquilo que aprenderam com os teus ensinamentos.


Todos gostávamos que o episódio não tivesse existido.

Mas há quem diga que estas coisas acontecem com um propósito.


A espada de madeira que te entregamos encerra em si o símbolo de renascimento.

Tal como a Primavera que agora se inicia, esta espada representa a renovação de quem és, agora mais simples e verdadeiro,


Mais próximo da tua Essência.


Bem-vindo de volta"



quarta-feira, 18 de março de 2015

Sentido de responsabilidade

A responsabilidade que recai nos teus ombros, ao seres escolhido para uma determinada função para a qual te ofereceste, está no facto de saberes que o teu desempenho será sempre medido à luz da alternativa preterida.

Existem oportunidades únicas criadas para explorar um bem maior. 
Ao apresentarem-te esse desafio, é bom que reconheças que a opção que representas deva representar sempre o melhor meio encontrado para cumprir esse fim.

Caso contrário, terá sido desperdiçada em ti, a abertura de uma porta, para um beco sem saída.

Cabe-te, ao aceitares o presente solicitado, assumir o sentido de responsabilidade, e aceitar a missão de iluminar o caminho que deve ser trilhado, para lá dessa porta.
Para bem de ti e acima de tudo para bem de todos os outros.


Dádiva

Quanto mais cedo perceberes que o que tu desejas deve estar alinhado com o que tu necessitas, mais depressa entenderás que tudo o que tu quiseres está efetivamente ao teu alcance.

Porque a Vida só te dá aquilo que precisas.


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Ação


Em silêncio e religiosamente, pegas no teu arco.
Sentes-lhe o peso e ouves o ranger da madeira, que resmunga de preguiça.
Tomas-lhe o pulso e dizes-lhe que chegou a hora.

Cerimoniosamente vais buscar a flecha.

Tu és a ligação, 
És a ação que faz com que ambos se encontrem.
Tu és o propósito, 
A razão e o objetivo.

Fechas os olhos...
Inspiras.

Puxas o teu ombro para trás e abres o peito.
Deixas que o teu olhar repouse em baixo, sobre a flecha.

Expiras...
E deslizas a tua atenção sobre a flecha, descolando-a em direcção ao horizonte.

Susténs por momentos a respiração.

E dizes..
Agora!




terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A conquista da solidão

Conquistar a solidão é ser capaz de decifrar o que dizem os nossos pensamentos, para lá do ruído branco.

É não ter receio de enfrentar as cavernas escuras da nossa mente, e nelas encontrar as pérolas que lá se escondem.


A conquista da solidão é a conquista da Vida e da Morte.

É a conquista da felicidade.


Consegue-se, assim que damos conta de nós próprios, Unos, indivisíveis e Vivos.

Parte deste Mundo.


Alcança-se, a partir do instante em que ouvimos o que diz o corpo e o que a mente vislumbra.


Aprendemos a trabalhar o que somos por dentro, de forma a espelhá-lo no exterior.

E exteriorizamos o que queremos, conscientes de que o que escolhermos parecer, inevitavelmente cristalizar-se-á naquilo que somos cá dentro.


Tudo isto em silêncio, trabalhado nos meandros da nossa existência, assim que aprendemos a conquistar os nossos momentos de solidão.



Mensagem sem mensageiro

À medida que o mensageiro vai aprendendo o seu papel,
Mais o mensageiro entende a subtileza do mesmo.
E que o essencial reside na mensagem.

Não têm que ser frases nem melodias.
Bastam palavras.
Mesmo que algumas não façam sentido, são elas as Chaves certas, que abrem as portas que tem que ser abertas.

O verdadeiro Mensageiro é assim aquele que entende que para que a sua missão seja cumprida, ele não deverá fazer parte da mesma.

Sim.. eu sei. 
Eu lembro-me.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Estás bem?

E se quando perguntas se "Estás bem", a resposta for "..não"?
Será que a tua pergunta era apenas retórica ou estarias mesmo a fazer uma pergunta, 
genuinamente carregada de Tempo,
essencial para ouvir o que vem atrás da resposta?

Na próxima vez que fores perguntar a alguém se "Estás bem", 
Respira fundo primeiro.

Podes ter necessidade de dar do teu Tempo.

Eu diria até, que será sempre necessário o teu Tempo, 
Porque se tiveres o cuidado de fazer a pergunta como deve de ser, Olhos nos Olhos, 
Vais ver que a primeira resposta verbal não é muito importante.
Independentemente de ser Sim ou Não, há sempre uma história para Contar e alguém para a Ouvir.


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Surdez

A surdez é algo que se instala, gradualmente, silenciosamente, pé ante pé.
Com o tempo, ou com o crescimento, vamos perdendo a nossa capacidade de Ouvir.
Ouvir, o que nos rodeia.
Os gritos dos dogmas e preconceitos vão enchendo os nossos ouvidos com um ruído branco, avassalador, ensurdecedor.
A incapacidade de ouvir instala-se desde muito cedo, camada após camada, ao longo de uma vida, até um ponto em que as janelas se fecham de tal forma que a Mensagem deixa de ser um realidade.
Passa a ser uma ficção, algo que habita no reino do imaginário.

Hoje um acto de lucidez fez com que se rasgasse espaço por entre camadas, permitindo-me ouvir isto, que tinha para te dizer.


sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O mundo das duas velocidades

Isolado na frente do pelotão, nada te impede senão a tua vontade de ser Maior.


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Desejos para 2015


No primeiro dia do ano cruzei-me com duas pessoas na praia, a celebrarem um ritual de lançamento de desejos ao mar (1).
Que coisa linda - A alegria que lhes ia no coração!
A ideia foi lançar ao mar, balões escritos com os seus desejos para 2015.

Fiquei ali a observar o ritual, num misto de respeito e revolta.
Respeito, pela alegria dos outros e que me impediu de interromper a cerimónia.
Revolta, pelo lixo que estavam a lançar ao mar.

Infelizmente já não é a primeira vez que assisto ao resultado destas pequenas cerimónias simbólicas, espalhadas pelas nossas florestas.
Pequenos actos de boas intenções, mas que juntos, deixam para trás um rasto de poluição para alguém mais tarde limpar. Alguém - Sempre o Alguém.

Enquanto assisto a esta comemoração, pensamentos soltos trespassam a minha mente:
     “O que dizer?
      O que fazer?
     
      Dizer o que tem que ser dito.
      Fazer o que tem que ser feito.
     
      Quando é certo o que nos assalta o coração, deve ser sempre feito: Agora, e nunca depois!
      E Especialmente, se estivermos na presença de mais novos, que esperam e observam em nós,   
      um exemplo a seguir.”

Por isso, depois de lançados os balões, e enquanto ainda sorriam e tiravam selfies, fomos falar com elas sobre aquilo de que toda a gente fala e para o qual pouco se faz – o problema da poluição.
“É sempre só mais um balãozinho..Que mal há-de fazer?”

O sorriso delas desvaneceu-se.
A nossa revolta era agora a revolta delas.
Porventura não focada na poluição que tinham feito,  mas na nossa intervenção considerada inoportuna.
“Desmancha-prazeres” terão pensado.
...Afastaram-se, com um sorriso amarelo..

Mesmo que nos próximos dias sintam a revolta de lhes termos estragado um momento especial, tenho a esperança que depois uma semente perdurará e 2016 já será diferente.

     “Dissemos o que tinha que ser dito.
      Fizemos o que tinha que ser feito.”

Depois ficámos ali, a ver os restos da cerimónia.
A observar os balões afastarem-se mar adentro, e a pensar quantas tartarugas já terão morrido aos pés dos desejos do Homem (2).

E acima de tudo revoltados com nós próprios, pelo facto de nada termos feito, enquanto ainda era tempo.
Teria sido o nosso respeito pela alegria dos outros ou a nossa falta de coragem em sair da zona de conforto, que nos fez hesitar no momento certo?

Felizmente acabou por não ser tarde demais.
De calças arregaçadas lá fomos resgatar os balões (3).

No final os balões foram parar à reciclagem,
Quanto aos desejos, o ideal é que se concretizem – Eles não têm a culpa.
A culpa não é da Esperança, é da Incoerência.

Este episódio fez-me reflectir sobre qual é o meu desejo para 2015 e cheguei à conclusão que desejo acima de tudo, a Coerência do Homem.
Estas duas pessoas não eram com certeza mal instruídas ou de má índole.
Podem até ser pessoas sensíveis à importância da Natureza, caso contrário porque estariam elas ali, à beira-mar, lançando os seus votos para 2015?

O problema foi que naquele momento, a sua alegria era mais forte que a sua consciência.
Tal como elas, todos nós temos os nossos momentos de desequilíbrio, de bipolaridade, de desconexão entre o que acreditamos e o que fazemos.
Desta complacência face a comentários inusitados numa qualquer conversas de café.
Todos nós sofremos desta irracionalidade, desta necessidade de aprendizagem.

Assim,
Desejo para 2015, a capacidade de fazer as pontes entre os ideais e as acções.
Desejo a sabedoria para encontrar o equilíbrio entre a convicção e o fundamentalismo.
Desejo a coragem para quebrar com os silêncios.
E acima de tudo a capacidade de ser Grande nos pequenos actos, onde os testes são maiores.
Saber manter o norte, no mar dos cinzentos.

Para que no dia em que tiver que ir, possa levar comigo a conquista da Paz interior. (4)


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Apontador

O ato, de momento certo, têm simultaneamente o dom e a sina de ser tão poderoso quanto assustador.
O medo não é o melhor amigo do Destino, por isso bastará um gesto simples, um toque subtil que chegue, para iluminar o caminho que tem que ser percorrido.


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Reforço positivo

"Pai, quando falo contigo sinto-me outra vez mais corajoso"

Obrigado Professor, 
pelo reforço positivo.


terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Vira o disco e toca o mesmo

Depois de se muito se cansar com a barulheira da discoteca, acaba por adormecer,


Ali, 

Mesmo em cima da coluna, 

no meio da pista.


Dorme profundamente, 

Embalado nas batidas e indiferente ao tumulto em seu redor.


À medida que o sonho se instala, vai sacudindo e limpando do seu corpo os últimos actos reflexos, filhos de um som que já não é o seu.

As músicas deixaram ser sentidas e converteram-se tão somente num zumbido surdo e latente, que vive lá longe, no fundo da sala, do outro lado da porta.


Amanhã, um novo amanhecer, uma nova esperança.

Amanhã uma nova vontade de voltar a ouvir a música, pelo prazer da melodia.

De saborear as pautas, pelo sabor das notas.


Por tudo isto, fazer uma pausa é importante para não esquecer.

Para continuar a reconhecer nos olhares, a profundidade dos seus espaços.



sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Dicas

Por vezes é preciso um sinal vermelho para nos obrigar a Olhar os monumentos à nossa volta e  entender o Porquê e o Para Quê das palavras que neles se encerram.

    (@Praça de Espanha-Lisboa)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Sentido


Mesmo que todo o Mundo à tua volta avance num único sentido, 
Não é razão suficiente para assumires que faça sentido para ti.


(Homem desconhecido, numa saudação nazi em 1936)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Profundidade

Existem momentos da nossa vida em que somos presenteados com a companhia de pessoas com uma Profundidade surpreendente.
De um tamanho tal que são capazes de nos tirar o tapete e mandarem-nos ao chão com apenas aquilo que são. Com os sus actos, não as suas palavras.

Gente com o dom de colocarem-nos a questionar sobre se o que estamos a fazer está mesmo à altura das nossas potencialidades.


Boomerang

Quem decide ser Mulher, decide vestir o Início e o Fim, encarnar a Raíz e a razão do Todo. 

Quem opta por ser Homem escolhe por outro lado e para si, a rota firme do boomerang, que na procura da  inconstância, mantém-se fiel aos braços de quem se predispôs a amar.


Entender o que representa o Homem e a Mulher na nossa Vida, 

em que partes da nossa Vida se apresentam,

e acima de tudo reconhecer a base destes princípios,


É meio caminho para cumprirmos a nossa missão, de forma quase tão inevitável como a gravidade que nos prende ao chão.



terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Gravidade

Pergunto-me por vezes o que seria de nós se vivêssemos num Mundo sem gravidade.
Será que para cada acção deixava de haver reacção?
Para cada extrovertido deixava de haver um introvertido?
Para cada Yang deixava de haver um Yin?

Talvez.

Que curioso seria esse outro Mundo onde o Andar seria sempre em frente e nunca para trás.
Como se pudéssemos flutuar pela vida, 
sem reflectirmos nos nossos actos, 
sem aprendermos com as nossas experiências.

A verdade é que às vezes damos por nós perdidos assim, num espaço sem gravidade.
Como se pudesse não haver gravidade. 

A boa notícia é que há, e que nunca estamos realmente perdidos.
Eventualmente e temporariamente dessincronizados.

Por isso, basta simplesmente ligar o rádio e sintonizar a estação.



terça-feira, 25 de novembro de 2014

Escrita

"...Ela escreveu aquele livro para mim, e estava a dizer aquilo que eu sentia.
Aquilo que eu sentia e que não era capaz de dizer...porque não me era ainda consciente."
António Lobo Antunes, 2009

Um texto, um livro, uma mensagem.
Deve ser exactamente isto.
Algo que espoleta em nós, aquilo que somos.
Que traz ao de cima, que move.

Tal como quando comtemplamos uma pintura abstracta,
O que se lê, é o que cada um tem que ler.

Ao mensageiro cabe o desafio de não cair para cima do pedestal, 
Para que os seus textos se mantenham puros e sejam sempre sentidos, 
ora por quem lhe sussurra ao ouvido, 
ora por quem lhe escuta a palavra.

Tenho tentado desempenhar este papel o melhor que sei.
Tem sido uma viagem.
Se houver o dia em que me for explicado o que é esta coisa chamada Inspiração, pelo menos terei a certeza que, no mínimo, será fruto da melhor parte de mim.

Não conheci as obras fundamentais porque não lhes dei o devido tempo, confesso.
E continuo a não querer dar, por acreditar neste momento turvariam a minha visão.

Prefiro que as fotos sejam nuas e cruas.
Rudes, sem racionalizar ou inculcar estilos,
Só assim sei que estou a fazer bem a missão que me foi atribuída.

Por tudo isto, esta minha curiosidade imensa em saber quem são os outros.
Gosto tanto lhes ouvir a voz.
Revejo-me nas suas palavras, ansiedades e virtudes. 
Não nos seus escritos, mas sim nos seus olhos - Pelo menos por enquanto.