segunda-feira, 13 de julho de 2015

Palavras que não podem ser ditas

Num sonho apareceste-me, triste e combalido.
Uma autêntica sombra de um Homem.

Por tudo o que te acontecera e também por todos os pequenos nadas que não se realizaram.
Por lutos que ainda tens para viver,
E por sementes que ainda tens que regar.

Nos teus olhos falta-te um futuro.
Falta-te um vislumbre do que vais ainda fazer.

Ao cruzarmos-nos encolhes os ombros, torces o sobrolho e dizes-me que a tua vida não é feita de nadas, mas sim de um único Nada redondo, resoluto e sombrio.

Se eu pudesse, dizia-te que tens que te alimentar melhor.
Se eu pudesse dir-te-ia que só precisas de trazer para fora esse grito que te aflige o peito e que te afoga no mar das mágoas e desilusões.
Se eu pudesse mergulhava-te nas memórias da tua infância e fazia-te relembrar dos tempos em que ainda acreditavas que podias mudar o Mundo.
Porque a verdade é que ainda podes. O teu Mundo.
E não é assim tao difícil.

Mas não posso fazer isso.
São palavras que não te posso dizer.
Porque não somos assim tão próximos.

Mas o que posso, é esperar que um dia te cruzes com este texto e que nele encontres o primeiro passo que falta-te voltar a dar.

Um Abraço,


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