Entregaram-me nas mãos comida vegetariana e pensei:
Olha que interessante! Não sou fundamentalista mas sempre que tenho a opção de não comer carne, prefiro.
E aqui está uma refeição vegetariana, sem mais nem menos, sem ter sequer que pedir!
Inesperadamente ouço ao meu lado um senhor de idade, a solicitar comida vegetariana argumentando a sua religião. O problema é que no seu caso, ele não tinha reservado e o caso aparentava estar encerrado.
...a não ser que...
A não ser que a refeição vegetariana que tenho ao colo não seja afinal para mim.
Talvez pensar que esta refeição é para mim é no fundo cair na tentação de pensar que tudo gira à minha volta.
Acabei por oferecer-lhe a minha refeição.
Ele agradeceu com um grande sorriso nos lábios, oferecendo-me em troca a refeição a que tinha direito.
Pensei para com os meus botões que na realidade não seria a mim que ele tinha que agradecer.
Talvez eu tenha sido apenas um veiculo.
E se dúvidas existissem, estava a meio do filme "Life of PI" e passados 10 segundos disto ter ocorrido, o protagonista do filme oferece comida vegetariana ao seu convidado.
Que mistério fascinante este das coincidências!
A sensação que tenho é que quanto mais abertos estamos para estar atento, mais frequentes são estes mistérios.
Há quem lhe chame estar "ao serviço".
Há quem lhe chame fé.
Não sei o que lhe chame mas que levanta muitas questões, sem dúvida que sim.
Especialmente quando se torna recorrente.
Uma vez encontrado o fio condutor, é como se fosse um jogo.
E dás por ti a sorrir quando ninguém à volta parece estar a ouvir.
Os desafios são sempre assustadores até decidires abraçá-los.
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