quinta-feira, 7 de maio de 2015

Histórias

Apanhei-te na rua num estado indescritível.
Sujo, magro, a sangrar das orelhas e de almofadas das patas furadas..
Maltratado e abandonado.
A veterinária ficou sem palavras ao ver que tremias sempre que ouvias uma voz masculina.

Passados 2 anos já pareces um galgo de corrida - ninguém te pára. Gravas pistas de corrida por onde passas.
És Cão de guarda e Coração de afecto.

É assim que gosto de ti.
Garra e amor,
Explosão e redenção.
Com tutano e história para contar.

Às vezes gostava de ouvir as histórias que carregas no teu olhar.
Porque é que insistes em lamber terra?
De que é que isso te faz lembrar?
Porquê e como é que aprendeste a gostar?

Hoje dei-te a prenda que mais gostas.
Não é um Ferrari, não é a nova versão da PlayStation, não é o osso suculento.
É um simples pedaço de pão.

A forma como seguras esse pedaço de pão talvez sejas a tua forma de me mostrares que a alegria está sempre nas coisas simples.
Mas não numas quaisquer coisas simples.

É nas coisas simples que só se conseguem encontrar, depois de longas caminhadas.


2 comentários:

Unknown disse...

Uma maravilha na vida de qualquer pessoa, é ter o dom de abrir a mente desta maneira. Bons sentimentos

Paulo Jacinto Rodrigues disse...

Uma maravilha saber que do lado de lá do teclado, há quem ouve e incrementa.