quarta-feira, 12 de junho de 2013

Amazónia

Ao chegar perto de ti, gritaste comigo.
Gritaste como um trovão, mas silencioso.
Com uma tranquilidade aterradora.
Uma quietude inquietante.

Pediste-me que me calasse.
Que deixasse o dia para trás.
Que o esquecesse.

Disseste-me para acordar.
Para abrir os olhos e Ver.

Ofereceste-te a mim.

Fitaste-me nos olhos e em vez de mostrares o teu Sol, entregaste frescura e afecto.
Presenteaste-me com um indescritível anoitecer seguro.

Apenas um ou outro pássaro se ouvia ao longe, num chilrear mais distraído.
Até que tudo se calou.
Como se de uma orquestra se tratasse, alinhando-se e aguardando pelo seu Maestro.

E eu, deixei-me estar, 
imóvel, 
pronto, 
atento, 
à escuta.

No meio do silêncio surgiram finalmente por entre as copas, como que Deuses pairando por entre as nuvens, pequenos rasgos de inspiração. 
Pedaços de vida que inspirados, me trouxeram a mim, à minha terra, ao meu ser.

Hoje reapaixonei-me por ti.
De tão belo que te apresentaste perante mim, deslumbrante vale encantado.


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