segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Vista dos céus

Sobrevoando Frankfurt olho para o solo e vejo minúsculas casas, rios, pontes.
Como uma grande Lilliput.
Pequenas formigas atarefadas no seu dia-a-dia.
Nas suas disputas, nas suas conquistas.
Quantas delas relativas, quantas mesquinhas e insignificantes.
Quase que custa a crer que tão pequenas criaturas tenham levado o Planeta a esta situação ambiental tão premente.

Um passo a seguir ao outro.
Um passo que nada vale e eis senão quando da Revolução Industrial se chega num ápice à asfixia ecológica.

O meu filho mais velho dizia: "Mas porque é que o Mundo está assim - Eu não queria que estivesse assim".
O que ele via era apenas o National Geographic mas para quem ainda não cegou perante o preço da poluição, parecia-lhe um autêntico filme de terror.

E penso eu, se será necessário que sejam os nosso filhos o último rasgo de esperança para acordarmos.

Se somos capazes de afirmar de alto e bom som que seríamos de revirar um Mundo do avesso para proteger o bem dos nossos filhos, o que fazemos então quando são eles próprios a acusarem-nos como origem desse Mal?

Colocámos o Homem na Lua.
Podemos colocá-lo de novo na Terra?

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O peixinho de aquário que pensava ser um Grande Estratega

Uma boa estratégia para um grande Estratega é circunscrever o âmbito do objecto.
E com isso o Estratega evolui.
No entanto, há sempre um aquário maior do que aquele onde este peixinho vive.
Há sempre um âmbito mais abrangente.

Isto a propósito da suspeita que veio agora a lume de que na realidade a razão por detrás do “Não” Irlandês ao Tratado de Lisboa está na Estratégia delineada pela CIA.
Uma verdadeira Teoria da Conspiração!
Leva-nos a pensar o que é que os Chefes de Governo na realidade governam.
Nada mais do que o seu aquariozito.

Mas isso até pode nem ser mau.
Maior abrangência de âmbito pode ser contraproducente do ponto de vista de produtividade.
Um pouco como as soluções que começam por ser objectivas mas a bem da racionalização de custos começam a ser cada vez mais e mais abrangentes – no final nada se faz na prática e o custo aumenta. Principalmente o custo de oportunidade.

Mudando de prisma e passando da Estratégia para a Felicidade reparem no parelelismo:
O exemplo do Butão. Um dos países onde o nível de felicidade do indivíduo é dos mais elevados. E no entanto, a abrangência da Liberdade de opção é relativamente reduzida..

Ou o exemplo do tubarão atrás de um cardume,

Neste caso e voltando à estratégia, a Estratégia do Cardume é dar tanta Liberdade de opção ao Tubarão que invariavelmente ele bloqueia e nada apanha.

Pior ainda – até pode apanhar algum mas como as opões eram tantas, ficará sempre a pensar que poderia conseguir melhor – porque tinha opções a mais.
E neste caso temos um tubarão infeliz por ter demasiada Liberdade, contrastando com um butanês feliz por ter Liberdade qb, ou mesmo um Chefe de Governo contente por reinar no seu Aquário.

Uma coisa é certa. A CIA não está a ter uma saída feliz.

Teste

Desafio-te a fazer este pequeno teste sem leres a solução mais abaixo.
Reflete nele um pouco.

Pressuposto: A letra X está ok.














Este pequeno teste serve apenas para demonstrar que temos que trabalhar na simplificação - neste caso na simplificação de raciocínio.

1) Há os que seguem o racional da sequencialidade. 1 Flip vertical para o Y, 2 Flips verticais para o Z -> Solução = B - CERTO!

2) Há os que seguem o racional da geometria. 1 Flip vertical para o Y, 1 Flip vertical para o Z seguido de um Flip Horizontal -> Solução = B - CERTO!

3) Há os que simplesmente percebem que 2 letras certas é sempre melhor que só uma, logo a solução é a B - CERTO!

O que espanta é que este raciocínio rápido e simples muitas vezes constata-se não nos adultos, mas nas crianças.

As soluções "Ovo de Colombo" surgem de mentes não viciadas.
Temos os nossos intelectos cravejados de mapas de raciocínio que nos levam a seguir sempre os mesmos percursos e inevitavelmente os mesmos resultados.

Loucos são os que repetem inúmeras vezes a mesma experiência, na esperança que surja um resultado diferente, já dizia Einstein.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Homenagem a Adolfo Roque

Não cheguei a tempo de te conhecer.
De beber dos teus ensinamentos, da tua experiência de vida.

Incorporar a metáfora que representa o Saca-Rolhas.

Bom, pelos menos deste-me alento para seguir o meu percurso e dar asas a novas iniciativas.
A tua morte surge como um sinal do que tenho que cumprir, do que não posso deixar de fazer.

Pois bem. Descansa em paz.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Trilogia

Para refletir:

O que têm de comum
Carlos Monjardino, Mário Soares e Gonçalo Ribeiro Telles?

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Esperança

Quanto mais sei, mais me preocupo.
Fome, Colapso financeiro, Desastre ecológico, Crise energética…

E o que há de bom? Nada?
Não é bem assim – este choque brutal está a acordar a Humanidade adormecida, e em várias vertentes.

Já se assiste à mudança de atitude.
Já se vislumbram Comunidades conscientes e Gestores humanizados.

Dou o exemplo da Bial – empresa de reconhecido sucesso.
Ontem na Visão vinha uma entrevista ao Luís Portela e devo dizer que me surpreendeu.
Pelas suas convicções, preocupações e acima de tudo pela sua abertura.

E é esta abertura que vejo de forma cada vez mais frequente em cada vez mais pessoas

Num grande Gestor já não vejo um Homem ou Mulher implacáveis, frios e calculistas.

Vejo Seres Humanos. Cheios de “SoftSkils”.
Afinal de contas, Sir Richard Branson abandonou o ensino dito clássico aos 16 anos.
Pergunto-me se não terá sido essa independência do ensino tradicional que lhe permitiu ter uma visão mais abrangente e menos viciada.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Tenho um Problema - o que fazer?

Negar o problema?
Delegar o problema?
Instrumentalizar o problema?
Ou simplesmente ATACAR o PROBLEMA?

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A surpresa da realidade

Sai de casa já com saudades tuas.
Esperava ver-te mais logo.
Como um murro no estômago, foi-me dito que tinhas partido.
Seguiste mais um passo. Seguiste o teu rumo.
Afinal de contas é assim, o destino.

Fiquei revoltado. Apeteceu-me partir a mesa.
Zangado comigo mesmo. Porque fui eu que não estive contigo, quando podia.
E agora, quando mais me fazias falta, seguiste para outras paragens.
Faltas-me no abraço que tenho para ti, hoje a noite.
Mas sei que tenho que te deixar ir.
A tua vida não se cinge a beijos e abraços de manhã e à noite.
Não és o meu conforto. Tens o teu percurso e algures no caminho vamo-nos cruzando.

...

Neste momento a praia é bem mais apetecível que um dia em casa à espera do Pai para lhe dar um beijo.

Bom, não é o fim do Mundo.
Voltas daqui alguns dias - vê bem a dimensão do trabalho que tenho pela frente.

Não é fácil viver para ti e depois sem ti, e tudo isto com um sorriso nos lábios.

Relembras-me que eu devo viver a minha vida.
És o meu professor.

Dedicado ao papel de filho(a) desempenhado magistralmente pelas 3 fantásticas pessoas de quem eu sou Pai.

O grande mistério

A sabedoria popular afirma “A Galinha da vizinha é sempre melhor que a minha”
O António Variações cantava “Estou bem aonde não estou”

E constato que a realidade é mesmo esta:
O ser humano é um ser inquieto, insatisfeito e por isso procura incessantemente outras soluções, sempre diferentes, sempre inovadoras, na demanda de encontrar sempre mais e melhor para saciar a sua curiosidade devoradora.
.
Esta inquietude faz-nos avançar e explorar novos mundos.
No entanto, da mesma maneira que conhecemos melhor as galáxias a milhões de anos luz de distância, do que o que quer esteja a mais de 1000m de profundidade (seja no mar ou na terra), também no que diz respeito a nós próprios sabemos muito mais sobre o Mundo que nos rodeia, do que sobre o nosso Mundo Interior.

Esse Mundo denso como o Oceano mais profundo onde se movem os nossos pensamentos, emoções, alegrias.

O Mundo que está constantemente à espera para ser explorado e sempre disponível a qualquer hora do dia.
Talvez por estar sempre aqui, não seja interessante.
Talvez por se assumir como sempre presente, consideremo-lo menos prioritário.
Até que é tarde demais.

Refiro-me em particular à doença de Alzheimer, pela crueldade que representa.
Por nos obrigar a assistir ao definhar em morte lenta daqueles que outrora amávamos.
O Alzheimer que nos faz ansiar pela morte rápida e limpa e que nos permita guardar intactas todas as recordações e sentimentos.
Esse Alzheimer que coloca em causa os nosso afectos.
E o desapego que cresce desenfreadamente, não fora os esporádicos rasgos de lucidez que nos reacendem a alma e que nos mostram que algo ainda está lá.

Mas o que é isso que ainda está lá?
A consciência? O Ser? O habitante do corpo biológico?

O grande mistério por desvendar.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O Felino

Vive no meio de nós.
É furtivo e oportuno.
Assustador mas ternurento.

Basta observar com atenção para perceber que é como nós.

Tenta sobreviver.
Vive debaixo de máscaras.
No seu Mundo, por entre as veredas do seu jardim secreto, Senhor do seu Reino.

Não sabíamos que ele existia,
Não o compreendíamos, até o ver.

Afinal de contas os nossos receios são apenas e só, o fruto da nossa falta de visão.