segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Confinamento

A melhor jaula é a invisível.
A melhor chave é reconhecê-la.


Verdes anos

Ao ouvir Carlos Paredes descobri finalmente que era este o mote para a escrita que anda a desafiar-me há alguns dias, no canto do olho.

Os verdes anos. 
Os que nunca envelhecem.

Tenho refletido sobre o que significa poder viver até aos 100 anos.
E na responsabilidade que é de repente poder assistir a 70 anos de vida dos nossos filhos.
Do nascer, do crescer e do amadurecer.
E de ser testemunha de toda esta viagem, em corpo presente.

Antigamente, quando a esperança média de vida era de apenas 30 ou 40 anos, não fazia mal.  
Se a coisa corresse mal, não ficávamos cá para sentir o peso da responsabilidade ou o orgulho de missão cumprida.

Agora não.
Agora, a longevidade traz-nos este presente inesperado.

O de poder assistir in loco ao resultado da nossa ação, para o bem ou para o mal.
O de mostrar-nos que não temos outra opção senão sermos o melhor que podemos ser.

Remeto para uma TED Talk que vi já algum tempo: “Are you being the best parent you can?" - Ric Elias' talk
Eu sei que o meu é.

…e nem de propósito, na playlist começa a tocar inesperadamente aos meus ouvidos, a música de Gustavo Santaolalla que remete-me para escritos de outros tempos (“Hoje chorei por ti" - Dezembro/2008”)

Como é delicioso este puzzle.




sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Olhares

A vergonha encharcou os teus olhos, num prenúncio da mudança.

De esperança, para melhor.



quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Pré-movimento

A beleza da quietude está no potencial de movimento.



terça-feira, 25 de agosto de 2015

Frases Feitas

Não vou falar de citações, chavões ou lugares comuns.

Não quero pensar nos “Porquês”, nem “Para quês”.


Digo apenas que “Frases Feitas” não têm grande utilidade quando Esconder é o que se procura encontrar.

Comprar a frase do vizinho cumpre o nosso propósito apenas quando o dele é o mesmo que o nosso.

Sendo assim, porquê jogar às escondidas quando procuramos iluminar o nosso caminho?


Vale então a pena alimentar as frases que são nossas.

Dar-lhes corpo.

Nutri-las.

Regá-las.


Dia após dia,

Reflexão após reflexão,

Experiência após experiência.


Quando floridas, são frases com poder para iluminar os nossos lagos mais profundos.


Parar para ouvir o que dizem é encostar o ouvido no chão, junto às nossas raizes. 

É deixar que se materializem.

É dar-lhes espaço para um ponto final, sem parágrafo.



terça-feira, 18 de agosto de 2015

Opções de vida

Tenho para comigo que entre o caminho da virtude e o caminho da falsidade não existem grandes diferenças, em termos do nível de trabalho que é necessário desempenhar.

Os resultados porém, são obviamente muito distintos.


Se o nível de dedicação é então equivalente, porque persistem em haver pessoas que optam por ter negativa quando podiam ser 5 estrelas?


O relógio não pára e a sensação de vida desperdiçada é a maior de todas as feridas.



segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O papel

Vi ontem na furnas (Ericeira) uma placa que dizia:


“Quando um barco navega sem destino,

todos os ventos são desfavoráveis.”


E isso espoletou em mim a seguinte reflexão:


A reflexão do papel.

De qual o papel a desempenhar?

De que papel a cumprir?


Que papel escolhemos?

Quando vier a hora da nossa morte, aquela que dará valor a toda a nossa vida, que papel queremos ter desempenhado?

Qual será a nossa marca?

O que é que teremos mudado?

Em que é que esta nossa viagem influenciou o Mundo onde escolhemos viver?


Compreendo agora a frase “ Estar ao serviço”.

Colocarmo-nos ao serviço significa abstrairmo-nos de quem somos, para centrarmos a nossa atenção no que é importante, que é aquilo que mudamos, a obra que resulta da nossa existência.


Entendo agora que atuamos, apenas pelo fato de estaremos vivos, pelo fato de respirarmos.

Seja na ação ou na inação.


Assim, quando fizermos o balanço, será fácil perceber para que é que serviu esta viagem.

Será mais fácil entender os “meios que justificaram os fins”.


Na certeza de que garantimos não perder de vista quais foram afinal os nossos fins.