quinta-feira, 31 de julho de 2014

O ingrediente secreto

16 cozinheiros
4 livros de receitas, 
Um único ingrediente.


Portas de entrada

Dizem que os olhos são a porta da alma.
O que é que as mãos dizem de uma pessoa?


Afectos

Será justo estereotipar a importância que um abraço tem na vida de uma pessoa, pelo tamanho da sua mala ou carteira? 
Concerteza que não, mas não deixam de ser curiosas algumas coincidências.


Sense of self (EN)

When your senses don't make sense, you have to find sense in common sense.

When common sense doesn't make sense you have to return to the sense of true self.

That's where it all makes sense.



segunda-feira, 28 de julho de 2014

Profissão: Tradutor

Há que descobrir e trazer ao de cima a sabedoria que cada um de nós tem para partilhar.

Acender a sua chama, devagar e a seu tempo.

 

Uma palavra aqui. Um gesto acolá.

Sem pressas. Sem explosões.

Sem risco de perder a sua própria raíz.

 

Há que deixar cozinhar para apurar o sabor.

Esperar pelo momento certo da degustação.

 

Repara: Pregar para quem não escuta é como falar para quem não te entende. 

Partilhar não deve causar estranheza.

Partilhar deve ser fonte de curiosidade.

 

O conhecimento não tem apenas um lugar no espaço.

O conhecimento também tem espaço no tempo.




segunda-feira, 21 de julho de 2014

Tiro na luz

Temos uma necessidade inata de controlar as variáveis.

Porque queremos entender, porque queremos trazer a nós.


A vida ensina-nos a relatividade e a importância de saber colocar em perspectiva.

A perceber a dicotomia da formiga, na sua dimensão e fragilidade e ao mesmo tempo na sua força e impacto.


Aos poucos aprendemos a viver com o desconhecido.

A dar tiros no escuro.


Apercebi-me que não temos que encontrar sentido antes de escolher.

Mais correcto será escolher, entendendo o sentido da escolha.

A razão por detrás. O que explica quem somos.


Nessa altura seremos o que escolhemos.

Defenderemos com unhas e dentes a nossa causa. Nós próprios.


Paramos de dar tiros no escuro e 

Começamos a dar tiros na luz.



quarta-feira, 4 de junho de 2014

Imunidade

Na Idade Média a relação suserano-vassalo era comum. Hoje em dia esta relação mantém-se, mas em muitos casos mal interpretada. Em cada um destes papéis que remontam à Idade Média há prós e contras, direitos e deveres. Ao suserano cabe dar protecção, sustento e justiça. Ao vassalo cabe dar a força do trabalho e estabilidade da sua fidelidade. Tal como pares acção-reação, relações de simbiose ou de interesse mútuo, um não sobrevive sem o outro. Pares, cuja força é tanto maior quanto maior for o respeito e reeconhecimento mútuos. Um não é melhor que o outro até porque actualmente, num dia somos suserano, noutro vassalos. Num dia somo Pessoas, noutro Organizações. Diria que quem não entende esta dinâmica está condenado ao fracasso. Esta reflexão conduziu-me ao termo Imunidade. A Imunidade como palavra resultante de uma Unidade Imune. Valeria a pena uma análise etimológica mais profunda mas por agora serve o propósito. A palavra Imunidade inspira-me neste momento como a junção de duas propriedades necessárias a esta relação forte de suseranos e vassalos. Quando a orla exterior se quebrar, Quando Judas ceder por fraqueza e não por malícia, É preciso perdoar, envolver, partilhar e inspirar. É a obrigação do Suserano mostrar a razão porque merece desempenhar esse papel, É a oportunidade do Suserano inspirar com a força das suas convicções. É dever do Suserano restabelecer o equilíbrio. De dar protecção e primar pela justiça. Para que na manhã seguinte, façam o mesmo por ele. Não por obrigação, mas por respeito.

Uma pergunta pertinente

O que tens na tua mão? Ou melhor, o que foi colocado à tua disposição? e porquê? Se acreditares que estás numa missão, vale a pena perceber qual é essa missão.
Rick Warren não poderia tê-lo dito de melhor forma:

terça-feira, 3 de junho de 2014

A pergunta que falta

Qual é a pergunta pela qual realmente anseias?
Que ponte aguardas que te façam para finalmente percorreres aquele último quilómetro, tantas vezes adiado?
Que interruptor, para libertar a luz dentro de ti?




 

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Viagem


Ao procurares pelo teu pecado e virtude originais, encontrarás as margens que regem o propósito da tua caminhada.


quinta-feira, 8 de maio de 2014

Conected

Estar ligado à Internet traz-nos já hoje em dia, coisas surpreendentes como por exemplo:

1)      Ter o smartphone a avisar-nos que se sair dentro de 3 minutos, ainda consigo chegar a tempo à próxima reunião (indicando inclusivamente qual o caminho a tomar).

2)      Receber uma notificação de que um dos meus filhos acabou de sair da área geográfica que eu defini para ele, durante esta tarde.


Não é ficção científica, é a realidade – hoje: 2014.


E grátis, o que torna a coisa ainda mais “Assustadora”.

Uma pessoa, um smartphone - O chip vem a caminho.

Digo “Assustador” no sentido em que acho que muitas pessoas não estão cientes destes avanços e respectivas consequências.

No mesmo sentido “Assustador” que seria dizer a uma pessoa em 1990 que passaria a estar sempre contactável.


Em boa verdade hoje em dia já não podemos viver sem o telemóvel.

Até podemos dizer que conseguimos, mas se pensarmos bem, é difícil.

Haverá sempre alguém que reclame connosco pelo simples facto de termos o telefone desligado.

Estar ligado é agora o novo normal.


E qual é a contrapartida destas evoluções? Na verdade este nível de sofisticação não é grátis. 

Tem um custo.

Neste caso pagamos com a nossa falta de privacidade.

Não só com a nossa mas também com a falta de privacidade das pessoas com quem nos relacionamos, por meio das aplicações que utilizamos para comunicar.


Actualmente ainda existem silos onde a privacidade é garantida, mas a pergunta é até quando?

Até quando, se sabemos que são invariavelmente os próprios cidadãos os primeiros a abdicar da dita privacidade, por meio de uma qualquer trivialidade, seja o simples formulário para ter descontos no supermercado ou a instalação do jogo grátis que de repente passa a ter a nossa localização GPS e o acesso a todos os nossos contactos (o jogo "pássaros zangados” diz alguma coisa?).


Talvez daqui a meia dúzia de anos a privacidade passe a ser simplesmente uma palavra, um mito, uma coisa qualquer que já não existe mais.

Talvez essa palavra até venha a ser retirada dos dicionários lá para 2040 – Quiçá?

Os nosso netos vão dizer:

•       “Priva quê?”

•       “Uma cidade privada avô? Um condomínio fechado?”


Dizia-me no outro dia um vendedor ambulante:

“Em 2000 eu tinha 40 anos e disse cá para comigo: Os computadores já não são para mim. Como eu estava enganado!”.

E continuou:

“Hoje sinto-me um analfabeto e ainda tenho muitos anos de vida pela frente. Não sei o que fazer, já não consigo aprender.”


Estar ligado (e por consequência exposto), é quase um requisito para não ficar para trás,

Para não ficar obsoleto.  Para não perder o barco.


Mas até quando podemos tomar a decisão livre de desligar? Será que ainda é uma opção?

E será que foram estes os dilemas que estiveram na base da cultura “Amish“? Se assim foi, diria que agora compreendo (pelo menos em parte) porque é que meia dúzia de suíços decidiu radicalizar-se há 300 anos atrás.


Pela parte que me toca, amanhã, novo post.

Acredito na tecnologia e considero que as vantagens ainda conseguem superar as desvantagens.

Continuo ligado, mas ao mesmo tempo cada vez mais ciente do que estou a dar em troca.


Até já.




quarta-feira, 7 de maio de 2014

Homem invisível

Gosto de passear pelas ruas de Lisboa.
Em boa verdade tanto pode ser Lisboa como Turim, Reiquiavique, Atenas ou tantas outras por onde já   vagueei.

Fazem-me lembrar as caminhadas com o meu avô.
Gosto, pelas ruas, e sobretudo pelas pessoas.

Ao cruzar-me com desconhecidos, ouço pequenos pedaços de vida, 
Uma frase, uma reacção, um gesto.
E imagino cenários.
Sem pesos de contexto, como a melhor aproximação possível à raiz da espontaneidade.

Estas viagens espoletam reflexões e aprendizagens.

Tenho pena de uma coisa. 
De não ser invisível.

Sei que existem Universidades por esse Mundo fora que já estão a tratar disso, 
mas falta esperar mais um pouco.

Tenho a certeza de que quando as pessoas sabem que estão a ser observadas, criam camadas e nessas pessoas me incluo.
São níveis de protecção que escondem o nosso interior.

Ser invisível poderia ser a lente para uma viagem mais verdadeira, mais crua.

Mas não estaria eu a invadir a privacidade sem convite?
E não poderia também eu ser observado sem saber?

Estou certo de que já somos, só não sei até que ponto.

Ainda assim acho que é preciso amadurecermos para chegar a esse nível de transparência, que faz sentido se for mútua. 

De qualquer das formas, ser invisível também implicaria observar um Mundo que não é o meu
Observaria um Mundo só dos outros.

Ao não experimentar, não fazemos parte.
Se não fazemos parte, não faz sentido - Estamos cá para fazer parte.

Seríamos apenas uma sombra daquilo que podemos ser.

Posto isto, vou manter os meus passeios.
Procurar por pedaços de vidas, que são também pedaços da minha vida.


terça-feira, 6 de maio de 2014

Tudo ou Nada

Nada, em Tudo se converte

Mas do Tudo, nada nascerá.

Nem mesmo, o Nada.


Para, o Tudo ao Nada chegar,

Por terra estéril, terá que deambular.


Porque o Tudo de nada vale.

Quando é frio de necessidades

e paralisado de vontades.


Tal como a um bloco de gelo, 

Ao Tudo, impõe-se o picador.

A ruptura que traz o Tudo 

de novo ao estado,

líquido.


Nesse estado, 

o Tudo encontra o fino equilíbrio de trapezista,

O balanço entre a estrutura e a flexibilidade.


O ponto de fervura no qual da água, brota a Vida.




Deixar

Purificar é olhar em frente

Limpar é estar presente.


Se o ausente cresce em ditador,

O presente liberta em dor.


O espaço não se concretiza.

E o tempo não germina.


Ser, significa voar.

Amar, significa deixar.



terça-feira, 15 de abril de 2014

IM Pulso


IM Pulso. Ter pulso.

Concretizar. Avançar.

 

Se subtrairmos à palavra Impulsivo a parte do irreflectido ficamos com o Impulsivo de ponderação rápida.

O Impulsivo do “há que agarrar agora, não depois”.

O impulsivo do momento certo.

 

Cairás, é certo. E porventura muitas vezes.

Mas a cada tropeção tornares-te mais forte, como um rinoceronte.

 

E no mínimo serás possante.

 

Michael Jordan foi excepcional.

Jogava mais,

caia mais e

marcava mais.

 

E por isso tornou-se um jogador lendário.

Um jogador possante, determinado e com pulso.



 

 



Caminho


Existem Mundos onde as necessidades são diferentes daquelas que sentimos na pele.
Onde leis são aplicadas para governar verdades que nem sequer entendemos.

Aceitar esta dura realidade de desenquadramento é sair do nosso pedestal e de uma forma desprendida, abraçar uma de duas soluções.
Aprender e mudar quem somos,
Ensinar e mudar o Mundo à nossa volta.

Qual quer uma das opções é válida desde que cumprida de forma estoica.
 
 
 




quarta-feira, 9 de abril de 2014

Trabalho

Enquanto houver Sol, há terra para Iluminar.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Mãe Terra

O calor das chamas,
O conforto da fogueira.

O aroma da Terra,
e a sabedoria da pedra incandescente.

..a frescura da brisa nocturna...

O nascimento e o sabor da Vida.

Agora e Sempre.
Parte de ti.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Sopa primordial

Sopa primordial foi o termo utilizado pelo biólogo soviético Aleksandr Oparin em 1924 para explicar a origem da vida na Terra, muito pela mão Darwinista.

Muitas vezes tenho-me questionado qual terá sido a sopa primordial de onde nasceu a empatia humana.
De onde terá surgido o primeiro movimento, que depois se veio a repercutir ao longo da história, até aos dias de hoje?

Podemos dizer que o Voluntário é aquele que pratica o bem, sem pedir nada em troca.
Mas será que não terá já recebido algo à priori?
Será que não é simplesmente um agradecer ou pelo menos um copiar de um determinado padrão, apreendido algures na sua vida?

Existe sempre algo que nos move e que pode-nos surpreender em qualquer altura da nossa Vida.
Uma palava, um gesto, um pensamento.

Talvez a sopa primordial do lado Humano da Humanidade tenha ocorrido no seio da Maternidade.
Talvez algures no início das espécies, houve uma qualquer progenitora que inesperadamente tenha evoluído do verbo reproduzir para o verbo cuidar.
E daí diria eu, terá nascido todo este grande movimento, em agradecimento a esse cuidar primordial.

O movimento que nasce de ser Filho, que se prolonga em ser Irmão e que se perpetua em ser Pai.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Galgos de corrida

Estive esta semana em Madrid, preso durante cerca de 20 minutos dentro de um autocarro, juntamente com cerca de 75 pessoas.

Preso no sentido em que alguém ter-se-á enganado e deu indicações para iniciar o embarque quando o avião não estava ainda preparado.


Foi interessante observar as reacções.


Calores, 

Tremores,

Pés a bater no chão, 

Punhos cerrados.

Olhares de impaciência e de incompreensão.


O que achei estranho foi observar um sentimento de desconforto perante a minha quietude.

Qual será o problema deste em não se sentir incomodado? - Observei eu no olhar de um outro passageiro.


Como se não bastasse este filme, assim que se abrem as portas, eis que surge a sequela.


Uma multidão precipitando-se para uma entrada congestionada no avião, tal qual a chuva se precipitava sobre os seus ombros.

E a multidão ali ficou, presa entre a escada lotada e o orgulho ferido de voltar de novo para o autocarro.

Seria orgulho ou seria memória recente de desconforto?


Creio que seria memória de desconforto na medida em que só isso me parece justificar a aceitação da chuvada que se lhes abatia no corpo.


Recordo com incompreensão a mãe que insistiu ficar no fim da fila, à chuva com o seu filho, quando a menos de 5 metros estava eu e mais dois ou três passageiros, ao abrigo do autocarro. Eu olhei para ela e ela para mim, mas sem razão aparente, ela insistiu ficar à chuva. 


Porquê?

Para quê?


É esta irracionalidade tantas vezes defendida por Dan Ariely que me inquieta.

A mesma irracionalidade que faz com que as pessoas se levantem furiosamente assim que o avião pára, para simplesmente ficarem de pé, tortas ou semi-levantadas à espera que a porta se abra. Não valeria mais a pena ficarem sentadas?


Confesso que já perdi a conta às vezes que chegando a Lisboa, sou o ultimo a sair do avião e portanto o primeiro a sair do autocarro em direcção ao terminal.


O que fazer?

Encolher os ombros?

Suspirar resignado?


As pessoas não têm culpa. São envolvidas numa vida de correria onde a reflexão deixa de fazer parte. 

Transformadas em galgos de corrida, vivem num lufa-lufa constante atrás de um coelho que nem sequer é de carne e osso.


Resta-nos a observação como tábua de salvação.

A observação como porta de conhecimento e janela de libertação destes comportamentos irracionais.


O ser humano tem ainda muito para evoluir antes de se considerar racional. 

E eu sou um ser humano, tal como tu que me lês neste momento. 

Não nos enganemos. 


Somos irracionais por natureza e racionais por intenção.


Uma coisa é certa, a vida será bem mais fácil para ambos, se a vivermos com tutano, 

e aceitar que somos irracionais é um bom primeiro passo.



sábado, 15 de fevereiro de 2014

O silêncio do olhar


Sempre considerei o silêncio como a melhor forma de acordar.


O silêncio atento, curioso e inquieto.

O silêncio conselheiro, amigo e Pai.

O silêncio que nos ensina a gritar.


O silêncio que procura respostas

Respostas essas que invariavelmente surgem nos olhares que só se descobrem na paz do silêncio.



quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O teu jogo

Quando o tigre menos espera..

Pára de repente.

Trava a fundo e deixa queimar o pneu no asfalto.
Observa como os ponteiros parecem abrandar.

Relaxa, 
Respira.

Levanta o queixo e sente o espaço em teu redor.
Abraça-o.

Quanto ao tigre, olha-o bem nos olhos.

Sorri.
Mostra-lhe quem tu és.

e ... Arranca!

Dispara em direcção ao cesto.
Este é o teu jogo.



sábado, 18 de janeiro de 2014

Segunda derivada

Dizer-te que "cada um tem aquilo que merece" é dizer-te que chegou a oportunidade que precisas para poderes crescer.


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Welcome back


Há dias em que me sinto acompanhado.
Uns dias pelos que me querem bem e outros dias pelos que nem tanto.
Todos querem ver algo em mim.
Todos querem ver algo aconteçer.

Sabe bem amanhecer na companhia de quem me quer bem.
De quem me faz escrever.
De quem me limpa a vista e ajuda a olhar para o mundo de uma forma mais completa, com mais sentido.

Hoje é um desses dias.
Hoje, o frio foi embora é o quente voltou.

Gostava que fosse sempre assim mas vendo bem,
se eu não conhecesse as ruas tortuosas e os becos sem sentido do meu lado lunar, como é que eu me poderia sentir, tal como me sinto neste momento?

 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Mexer o café

Há quem o beba com açúcar ou adoçante,
Com mel ou simplesmente amargo.

O importante é mexer.
Pegar na colher e misturar.
Mexer,
Mesmo quando não há razão, ou neste caso, açúcar.

Porque a vida às vezes é assim, amarga.
Por isso, ao mexer o café há um ritual a cumprir, uma espuma a destruir.

Seja doce ou amarga, convém que a Vida seja assim - Bem mexida.