terça-feira, 25 de novembro de 2014

Escrita

"...Ela escreveu aquele livro para mim, e estava a dizer aquilo que eu sentia.
Aquilo que eu sentia e que não era capaz de dizer...porque não me era ainda consciente."
António Lobo Antunes, 2009

Um texto, um livro, uma mensagem.
Deve ser exactamente isto.
Algo que espoleta em nós, aquilo que somos.
Que traz ao de cima, que move.

Tal como quando comtemplamos uma pintura abstracta,
O que se lê, é o que cada um tem que ler.

Ao mensageiro cabe o desafio de não cair para cima do pedestal, 
Para que os seus textos se mantenham puros e sejam sempre sentidos, 
ora por quem lhe sussurra ao ouvido, 
ora por quem lhe escuta a palavra.

Tenho tentado desempenhar este papel o melhor que sei.
Tem sido uma viagem.
Se houver o dia em que me for explicado o que é esta coisa chamada Inspiração, pelo menos terei a certeza que, no mínimo, será fruto da melhor parte de mim.

Não conheci as obras fundamentais porque não lhes dei o devido tempo, confesso.
E continuo a não querer dar, por acreditar neste momento turvariam a minha visão.

Prefiro que as fotos sejam nuas e cruas.
Rudes, sem racionalizar ou inculcar estilos,
Só assim sei que estou a fazer bem a missão que me foi atribuída.

Por tudo isto, esta minha curiosidade imensa em saber quem são os outros.
Gosto tanto lhes ouvir a voz.
Revejo-me nas suas palavras, ansiedades e virtudes. 
Não nos seus escritos, mas sim nos seus olhos - Pelo menos por enquanto.



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