quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Não estamos sós

Sabes,

Não estamos sós.
Viajar permite-nos perceber a quantidade de quantos nós somos.

Somos muitos, de diferentes etnias, cores, culturas, humores e professias.
Somos tantos que me pergunto como é que ainda conseguimos nesta altura encontrar o equilíbrio.
Talvez os media e a educação padronizada sejam os responsáveis.
Somos muitos, mas muitos de nós são afinal de contas iguais, apesar de diferentes.
Apesar das diferenças, partilhamos anseios, vontades e quereres.

O que me intriga, ou melhor, o que me preocupa é a incapacidade de tantos de nós neste momento estarmos a perder a capacidade de parar.
Desde que nascemos somos instigados a andar para a frente, a correr, a produzir,

Mas algures no caminho alguém se esqueceu de nos avisar que parar nem sempre é sinónimo de regressão.
Parar, no sentido de perceber porquê correr, é essencial para dar corpo às nossas acções.
Caso contrário somos máquinas, autómatos programados para determinada função e que passado algum tempo, param e morrem.

Quantos e quantos chegam à reforma e morrem?
Mortos de vontade, de espírito e de significado.
Morrem de remorsos daqui que afinal não fizeram.

Quanto tiveres oportunidade, visita um aviário industrial e perceberás o que digo.
Galinhas nascidas com uma intenção – comer, crescer e morrer.
Garanto-te que será uma experiência tão ou mais marcante do que a experiência de um estudante de medicina ao pegar num cérebro humano após uma autópsia.

O ser humano será só isto? Um pedaço de carne com alguns quilos?
Concerteza que não.
Mas leva-nos a pensar porquê? E o que somos nós?
A vida necessita de corpo, de significado e de intenção.
E esse corpo não nos pode ser dado pelos outros. Esse corpo somos nós que o alimentamos, com a nossa reflexão.

Por isso, a verdade é que não estamos sós, mas há muito trabalho que a sós deve ser desenvolvido.
Há quem lhe chame TPC.

1 comentário:

ELOQUENTE disse...

Eu diria em complemento que acordo muitos dias, com um sentimento como coisa real por fora, que a humanidade está a tocar nas suas fronteiras da evolução, onde a tecnologia nos torna cada vez mais frios e próximos das máquinas! A humanidade está a necessitar de uma pacifica revolução espiritual, na busca de metas para do lucro ou do entretenimento. Assim que o Homem se soltar do Planeta Terra, a sua ambição é renovada e automaticamente enquadrada na amplitude do Universo?!?