domingo, 25 de julho de 2010

315.576 horas

Há 2 anos atrás escrevi um post intitulado "298.044 horas"
Hoje faço o Post das "315.576 horas" e reflicto sobre as 341.874 horas que me restam (tendo em consideração a esperança média de vida à nascença)
Há 2 anos restavam 359.406..

O que aconteceu nestas 17.532 horas que passaram? Valeu a pena?
Nuns casos sim, noutros não.

Mas a vida é uma oportunidade para aprender. E se calhar nos casos em que acho que não, é onde deveria achar que sim. Não é fácil.

E nos casos em que acho que sim, deveria achar que são simplesmente "o descanso do guerreiro", depois de algumas aprendizagens mais duras.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O inesperado no momento certo

Dar o que é mais necessário, a quem mais precisa.
Receber, no momento em que achamos ter tudo.

Dar no momento certo, no momento mais inesperado.
Receber de dia quando navegamos à noite.

Para perceber que era preciso, mesmo quando não se tem consciência disso.

Porque não lembramos o que nos dizem.
Lembramos o que nos fazem sentir.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Já fizeste o teu "walkabout"?

http://www.telegraph.co.uk/earth/earthpicturegalleries/7898348/South-African-photographer-Hannes-Lochner-shoots-the-wildlife-of-the-Kalahari-desert-in-black-and-white.html?image=5

O que é o "Walkabout"?
É um ritual dos aborígenes australianos. Neste ritual os adolescentes partem numa viagem solitária pelo deserto durante um período que pode ir até seis meses. Seguem caminhos e pistas, sejam elas físicas ou não (estas últimas denominadas "Songlines"), para de alguma forma incorporarem os valores e actos heróicos dos seus antepassados e intensificarem a sua conexão à Terra. É um período de reflexão.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Previsibilidade

Quando nos tornamos previsíveis deixamos de surpreender.

Deixamos de ensinar.

Look on the bright side of Irracionality

Um dos meus autores favoritos do momento.

http://fora.tv/2010/06/07/Dan_Ariely_The_Upside_of_Irrationality

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Para pensar

MOMENTOS from Nuno Rocha on Vimeo.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Derivadas e Primitivas

Parar para observar.
Num qualquer centro comercial, parar apenas, e observar quem passa.

Olhar e imaginar as suas vidas, as suas paixões e os seus desencantos.
Imaginar os seus projectos, as suas acções, e o que deriva dos seus valores.
Fazer suposições sobre o que aconteceu a cada uma destas pessoas para serem hoje o que são, neste momento.

Constatar que ao circularem, parecem estar noutro plano, noutro tempo que não o Agora.
Foi entre estes cálculos de “Derivadas e Primitivas” que me dei conta de mim.

Porque reparei que à minha semelhança, ali estava outra pessoa, também sentada no Agora, também a observar.

Olhei, para quem como eu contemplava, e isso fez-me compreender perante este espelho que, tal como eu, ele estava ali para compreender.

Os outros, nós, o Todo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Mar de Mozart

Hipnotizados por Mozart estavam umas boas centenas de Lisboetas no Largo de S Carlos na passada 3ª Feira à noite, no âmbito do programa http://www.festivalaolargo.com/

Como borboletas atraídas para a luz de uma lanterna, ali pairavam pessoas, altas e baixas, ricas e pobres, adultas e crianças.

Haviam algumas que não estavam lá pelo espectáculo, nem sequer pelo evento social.
Haviam algumas, que pelo seu olhar se percebia que estavam lá por outra coisa, talvez mais estranha e inesperada – Estavam lá pela música.

Estavam lá a viver cada segundo, bebendo o odor primaveril que se ia soltando das cordas da Metropolitana de Lisboa.

Estavam lá pelo sentimento de frescura que lhes ia atravessando os corpos naquela noite quente de Verão.

Ali estávamos nós, todos juntos, todos sós. Cada um  no seu Universo Interior, lavando a sua alma nas margens do Mar de Mozart.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Esmolas

Pediste-me uma esmola.
Ofereci-te respeito.

Estendeste a mão.
Olhei-te nos olhos.

Perguntaste "o que foi".
Desejei-te boa noite.

Na semana passada ofereci-te moedas e não vi reacção.
Hoje surpreendi-te.
Fiz Stop a essa cassete de pedinte.
Quebrei essa ladaínha que vai gelando o teu cérebro em lume brando.

Acordei-te, em troca de meia dúzia de moedas que desta vez decidi não deixar.

Nota: Porque acredito que a Web faz com que 1+1 = 3, junto aqui um video sugerido pelo Paulo Falcão
Obrigado Paulo pela sugestão de banda sonora para este post.

terça-feira, 6 de julho de 2010

"Morte para todo o sempre"

Nestes últimos dias a morte passou junto à minha porta, mas não bateu.
Precipitaram-se sinais, sonhos e pressentimentos que me colocaram no mínimo alerta.
Suficientemente preocupado para ter os olhos abertos, ainda que confusos.

E então, para meu espanto aconteceu o fantástico, aquilo que temia mas que não queria acreditar - O acidente.
Felizmente, não sei ainda bem como, estava lá “por acaso” e consegui evitar o pior.

Estava eu ainda a digerir esta “coincidência” quando sou inesperadamente convidado para ir ao funeral de um familiar de uma pessoa amiga.

Isto tudo para dizer que os passos estavam todos lá.
O acidente, a morte, a dor, o luto e o arrependimento daquilo que não se fez ou do que não se disse.
Só que não era eu quem chorava.

Muitas vezes tenho dito que bom é aprender com as experiências dos outros e não ter que passar por elas, e esta foi uma dessas situações.

Passou muito perto. Tão perto que não me posso dar ao luxo de não aprender nada com isso.

Por isso fiquei para ouvir o Padre.
Pareceu-me ouvi-lo dizer que a “Morte era para todo o sempre” - e isso não me soou bem.
Porque se assim for, então o que acontece à Vida?

Pode existir Morte sem Vida ou Vida sem Morte?
Porque é que a Morte tem que ser para todo o sempre e a Vida por apenas 80 anos?
Será a Vida apenas uma concretização efémera num plano sem continuidade?
Talvez não.

A Vida faz-me lembrar o “toque e foge” da andorinha quando pousa ao de leve na tona da água, para beber e refrescar-se um pouco.
Aquele curto momento em que a andorinha arrisca a sua existência ao tocar na água de raspão para beber um pouco, sem no entanto perder o seu vôo e com isso afogar-se.

Como se a existência desta andorinha fosse repleta de pequenas Vidas, a cada trago de água.

Mas então se assim for, o que representa o seu vôo? Ou o lago onde foi beber a água?