Ao ouvir Carlos Paredes descobri finalmente que era este o mote para a escrita que anda a desafiar-me há alguns dias, no canto do olho.
Os verdes anos.
Os que nunca envelhecem.
Tenho refletido sobre o que significa poder viver até aos 100 anos.
E na responsabilidade que é de repente poder assistir a 70 anos de vida dos nossos filhos.
Do nascer, do crescer e do amadurecer.
E de ser testemunha de toda esta viagem, em corpo presente.
Antigamente, quando a esperança média de vida era de apenas 30 ou 40 anos, não fazia mal.
Se a coisa corresse mal, não ficávamos cá para sentir o peso da responsabilidade ou o orgulho de missão cumprida.
Agora não.
Agora, a longevidade traz-nos este presente inesperado.
O de poder assistir in loco ao resultado da nossa ação, para o bem ou para o mal.
O de mostrar-nos que não temos outra opção senão sermos o melhor que podemos ser.
Remeto para uma TED Talk que vi já algum tempo: “Are you being the best parent you can?" - Ric Elias' talk
Eu sei que o meu é.
…e nem de propósito, na playlist começa a tocar inesperadamente aos meus ouvidos, a música de Gustavo Santaolalla que remete-me para escritos de outros tempos (“Hoje chorei por ti" - Dezembro/2008”)
Como é delicioso este puzzle.
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