terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Vira o disco e toca o mesmo

Depois de se muito se cansar com a barulheira da discoteca, acaba por adormecer,


Ali, 

Mesmo em cima da coluna, 

no meio da pista.


Dorme profundamente, 

Embalado nas batidas e indiferente ao tumulto em seu redor.


À medida que o sonho se instala, vai sacudindo e limpando do seu corpo os últimos actos reflexos, filhos de um som que já não é o seu.

As músicas deixaram ser sentidas e converteram-se tão somente num zumbido surdo e latente, que vive lá longe, no fundo da sala, do outro lado da porta.


Amanhã, um novo amanhecer, uma nova esperança.

Amanhã uma nova vontade de voltar a ouvir a música, pelo prazer da melodia.

De saborear as pautas, pelo sabor das notas.


Por tudo isto, fazer uma pausa é importante para não esquecer.

Para continuar a reconhecer nos olhares, a profundidade dos seus espaços.



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