quinta-feira, 2 de maio de 2013

Simples e fresca


Pergunta:
Porque é que tem que ser assim?

Resposta:
Porque sim.
Porque já era assim.
Porque foi assim que aprendemos.
Porque representa todo o conhecimento adquirido pelos que vieram antes de ti.

Pensei:
Que peso! Que lastro!
Não pelo conhecimento em si, mas sim pelo carga associada a todas as tentativas e erros.
Será que é mesmo preciso “sentir sofrimento para dar valor ao conforto”?

Como?
Não!  Basta!

Olhei em redor.
Optei pela liberdade.
Mudei de direcção e segui o caminho não percorrido.

O desconhecido.

Para surpresa ou talvez não, encontrei um local fresco e simples.
Afinal o conhecido era o pesado e o desconhecido, o leve.
Afinal era o medo que escondia o riso, tal como no Nome da Rosa.

Não é preciso agarrar os espinhos para sentir o seu perfume.
Basta reconhecê-los e respeitá-los.
Por vezes sentimos que a Montanha a escalar é demasiado alta ou demasiado densa,
e no entanto,
e sem pensar,
seguimos os outros,
tal como cordeiros percorrendo o caminho já traçado,
o suposto caminho seguro.
deixando morrer aos poucos o nosso olhar, bem junto aos nossos pés.

Avançamos assim lentamente, carregando aos ombros o nosso peso e o peso dos outros.
Subimos montanhas simplesmente porque sim.

Umas atrás das outras.

Basta!

É preciso saber que é possível ousar passar por cima dos limites do trilho
e aventurar-se na relva fresca por debaixo dos pés.
E permitirmo-nos descobrir que afinal há montanhas que não são para ser escaladas.

A Vida não tem que ser difícil,
A Vida não é difícil.

Não só quando ela aparenta ser, mas também e acima de tudo, quando efectivamente não é.
 
...Difícil é a sua ausência.

Sem comentários: