quinta-feira, 16 de julho de 2020

Solidão






A propósito do Covid, achei pertinente falar de solidão.

Aquela solidão, que tal como na história do sapo, vai-nos cozendo vivos, um dia atrás do outro.
“ a death by a thousand cuts” they say..

Entre a vida e a morte existe uma fronteira. 
E é importante que exista.
Atravessar uma fronteira é terminar uma etapa. Tomar uma decisão e começar uma nova etapa.

Na vida temos esta e muitas outras linhas que nos ajudam a decidir se estamos dentro ou se estamos fora.

Quando não há fronteiras, tudo torna-se muito cool, sofisticado e cinzento.
Não há forma de distinguir entre estarmos vivos e vivermos mortos.

É importante estarmos atentos a nós próprios para sabermos quem somos e o que somos. O clássico “Donde vimos, quem somos, para onde vamos”

O problema da solidão é que ela não aparece. Vai aparecendo. 
É daquelas coisas que não tem uma linha, mas sim várias ondas.

É por estas alturas de Covid  que é importante, mais do que nunca, verdadeiramente encontrarmo-nos, para de uma vez por todas, nunca mais corrermos o risco de ficarmos sós.
Aí ficamos imunes às ondas, porque em água profunda nos transformamos.




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