Em boa verdade tanto pode ser Lisboa como Turim, Reiquiavique, Atenas ou tantas outras por onde já vagueei.
Fazem-me lembrar as caminhadas com o meu avô.
Gosto, pelas ruas, e sobretudo pelas pessoas.
Ao cruzar-me com desconhecidos, ouço pequenos pedaços de vida,
Uma frase, uma reacção, um gesto.
E imagino cenários.
Sem pesos de contexto, como a melhor aproximação possível à raiz da espontaneidade.
Estas viagens espoletam reflexões e aprendizagens.
Tenho pena de uma coisa.
De não ser invisível.
Sei que existem Universidades por esse Mundo fora que já estão a tratar disso,
mas falta esperar mais um pouco.
Tenho a certeza de que quando as pessoas sabem que estão a ser observadas, criam camadas e nessas pessoas me incluo.
São níveis de protecção que escondem o nosso interior.
Ser invisível poderia ser a lente para uma viagem mais verdadeira, mais crua.
Mas não estaria eu a invadir a privacidade sem convite?
E não poderia também eu ser observado sem saber?
Estou certo de que já somos, só não sei até que ponto.
Ainda assim acho que é preciso amadurecermos para chegar a esse nível de transparência, que faz sentido se for mútua.
De qualquer das formas, ser invisível também implicaria observar um Mundo que não é o meu
Observaria um Mundo só dos outros.
Ao não experimentar, não fazemos parte.
Se não fazemos parte, não faz sentido - Estamos cá para fazer parte.
Seríamos apenas uma sombra daquilo que podemos ser.
Posto isto, vou manter os meus passeios.
Procurar por pedaços de vidas, que são também pedaços da minha vida.
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