quarta-feira, 20 de junho de 2012

Desencontro momentâneo

Num sopro inesperado, escapaste-me por entre os dedos.
Num desencontro, alguém decidiu tirar-te de mim,
Sem me deixar dizer-te adeus.
Sem um simples Porquê.

Restou-me a dor do que não te disse,
e a mágoa do que não te dei

Apenas ficou um deserto de pó seco e de emoções amargas.

Num sonho viste dizer-me que era no deserto que te devia procurar.
Disseste-me que devia olhar o céu e não o chão.
Por isso ergui-me das sombras e tornei-me viajante,
Procurando voltar a reconhecer o teu sorriso algures nesta ou noutra vida.

Sei que virá o momento em que vou reconhecer os teus cabelos, a tua voz.
Sei que nessa altura me dirás em silêncio,
que a tua ausência, agora cravada nas minhas lágrimas,
serviu tão somente para eu aprender a saborear de novo, o teu perfume, a teu olhar, a tua presença.

Acordei de repente, em sobressalto.
Perguntaste-me: "O que se passa?"

Olhei-te nos olhos e disse: Estou feliz, acabei de poupar uma vida.

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