O conhecimento é algo que é incremental.
Conhece-se o 1.
Depois somamos 1+1 e descobrimos o 2. Somamos 2+2 e descobrimos o 4 e por aí adiante.
Aprendem-se as vogais e as consoantes, depois as palavras, a seguir vem as frases, a sintaxe e a semântica.
Seguem-se as figuras de estilo, duplos significados e formas de expressão.
Está na nossa natureza conseguir potenciar a soma das partes - extrapolar.
O difícil é lançar as primeiras pedras, a Roda, o Fogo, A internet.
Mas no meio desta incrementalidade há um senão.
Quer queiramos quer não, tudo isto não é mais do que uma forma de pensar colectiva.
Todos temos as mesmas bases e mesmos registos e por isso é natural que pensemos de formas relativamente semelhantes à escala global.
Temos as mesmas referências e não me refiro a referências específicas de uma geração como é o caso do "Verão Azul", do "Vasco Granja" ou do "Engenheiro Sousa Veloso".
Refiiro-me a conceitos estruturais de uma cultura Universal.
O que diferencia não é a aquisição do conhecimento, mas sim a sua interpretação.
Assim sendo, é crucial criar espaço para a criatividade no meio da injecção castradora da educação escolar de hoje em dia.
O conhecimento é muito importante e serve de base para saltos maiores, mas não podemos cair na tentação de tornar os nossos filhos em autómatos super-eficientes, mestres em determinada arte já descoberta, porque há algo essencial que tem que ser ensinado para que todo este conhecimento se converta em algo útil, e proveitoso.
É a arte de depois de absorver, assimilar e incorporar.
É a arte da reflexão e do pensamento.
Há que saber contextualizar, relativizar e saborear para que depois de uma forma serena e natural, se dê o passo seguinte e se concretize o "Todo como sendo mais do que a soma das partes".
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