terça-feira, 5 de agosto de 2008

O elogio ou a falta deles

Confesso que nunca fui muito de elogiar as pessoas, mas ultimamente sinto-me um bajulador.

Não porque tenha mudado a minha atitude, mas sim porque as poucas vezes que me apetece dar algum elogio, invariavelmente a reacção é de uma autêntica surpresa e por vezes até constrangimento.

Aconteceu hoje ver uma senhora grávida a atender num restaurante e pensei dar-lhe os parabéns pelo bebé que se avizinha.
Não entendeu à primeira - tive que repetir (cheguei a pensar se devia).
Depois, ficou atrapalhada.

Que raio de Mundo vivemos hoje em dia onde por vezes um simples "Bom dia" olhos nos olhos (e não o habitual "mmmmdia" rezingão e de circunstância) marca tanta diferença.

Desaprendemos a ser bem tratados e quando acontece tal é o cúmulo que já nem sabemos receber elogios.
E verifico isto porque quando ontem era um rezingão, hoje sou a inesperada lufada de ar fresco.

Certo é que me valeu um tratamento VIP no restaurante.
De tal ordem foi a simpatia da senhora que fez questão de me vir dizer Boa tarde à porta.

Conclusão: As pessoas deixaram de ser bem tratadas, mas quando o são, respondem na mesma moeda. Aliás, respondemos sempre na mesma moeda - assim é mais correcto.

Por isso, basta apenas dar o pontapé de saída - dar o primeiro passo.
A vida começa a sorrir à nossa volta.

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