Vou falar da forma, não do conteúdo da comunicação.
Falar dos moldes em como nos conectamos uns aos outros, na forma como comunicamos.
N“A maneira como dizemos as coisas”
A “maneira” que condiciona a forma como o conteúdo é Ouvido.
A comunicação pode ser à base de palavras, gestos ou entoações.
Dou 2 exemplos:
1) Existem hoje em dia oradores que conseguem cativar audiências através de palavras cuidadosamente seleccionadas ou gestos previamente estudados,
2) Existem também alguns dialectos aborígenes que contêm embebidos nos verbos, mensagens implícitas sobre os pontos cardeais e isso ajuda-os a saberem sempre onde é o Norte.
Por isso, julgo que na linguagem pode existir muito mais do que aquilo que actualmente exploramos.
Pode haver muito mais do que apenas 1 única dimensão de letras.
As letras juntam-se para fazer palavras,
As palavras juntam-se para fazer frases,
As frases juntam-se para fazer textos.
Mas porquê ficar por aí?
Porquê resumirmo-nos à limitação desta nossa linguagem?
Acrescentar à nossa linguagem várias dimensões faz com que a mesma fique mais rica e de certa maneira, a fazer mais sentido.
É como uma frase que sabe bem ouvir.
É um poema, um verso, um soneto.
Mais do que isso, mais do que o conteúdo, o som que o acompanha, o ritmo, a cor.
Sabe bem ouvir, mesmo sem sabermos porquê.
Na verdade, as dimensões se calhar já lá estão. Não são é percepcionadas.
Mas às vezes, sim.
Comigo sempre houveram duas palavras mistério:
"Tungsténio" e "Zimbabwe".
Comecei inclusivamente este Blog há mais de 5 anos com uma destas palavra - Tungsténio.
São palavras que para mim dizem-me muito mais do que o que representam literalmente em Português.
Há algo na sonoridade, ou no ritmo, que ainda não consegui descortinar.
Há para mim ali algo mais para entender.
Algo que sei que está lá, para eu Ouvir mas que ainda não consegui perceber o que é.
Por isso acredito nesta força da linguagem que leva-nos para além daquilo que conscientemente conseguimos entender.
Acredito na sensação que se consegue transmitir por entre letras.
Aquela que despoleta sentimentos.
Em tempos falei de um vuuooshh que gostava de poder conseguir fazer.
Enriquecer a nossa linguagem é ser capaz de estarmos mais em sintonia uns com os outros,
Enriquecer a nossa linguagem significa ler mais do que está escrito, aprender mais do que é ensinado.
Hoje, ao ver mais uma palestra TED, finalmente surgiu uma boa pista para entender o "Tungsténio".
Convido-te a ver este vídeo que para mim é um dos mais fascinantes que assisti nos últimos tempos.
Abre um novo horizonte.
A visão de um Mundo, pelos olhos de um autista que é capaz de dizer o que lhe vai na alma, utilizando para tal a nossa linguagem crua e simples, e não a dele.
No fundo é um agregar de várias pistas soltas que tenho encontrado ao longo deste percurso, algures entre:
- o observar o Pormenor,
- o Mentalismo,
- o poder das metáforas,
- o valor dos nossos sentidos,
- Os sentimentos e a forma como afectam a nossa memória.
Aqui vai:
Existem momentos em que o tempo pára e dá lugar à inspiração. São Pensamentos, Sentimentos, Segredos. Como Repórter de "Momentos", publico aqui os segredos que tenho para ti .____________________(desde 05/12/2005)
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
A Faina
A quem tem fome, não se dá peixe, ensina-se a pescar.
Mas não basta apenas dar a cana de pesca.
É preciso ensinar a pescar, a saber pescar.
É aqui que reside a sabedoria,
no Saber Pescar.
Não em quantidade, mas sim em qualidade.
Pescar o adequado, o certo e suficiente.
E nesse pescar, usufruir e saborear o acto de pescar em si.
Olhar ao pormenor para ver as fronteiras que lá podemos encontrar e aprender com a forma como podem ser ultrapassadas.
Porque podemos viver sem fronteiras, mas isso resulta inevitavelmente numa vida sem sabor.
..Inspirado nas palavras sábias de um homem que se chama Salvador.
Mas não basta apenas dar a cana de pesca.
É preciso ensinar a pescar, a saber pescar.
É aqui que reside a sabedoria,
no Saber Pescar.
Não em quantidade, mas sim em qualidade.
Pescar o adequado, o certo e suficiente.
E nesse pescar, usufruir e saborear o acto de pescar em si.
Olhar ao pormenor para ver as fronteiras que lá podemos encontrar e aprender com a forma como podem ser ultrapassadas.
Porque podemos viver sem fronteiras, mas isso resulta inevitavelmente numa vida sem sabor.
..Inspirado nas palavras sábias de um homem que se chama Salvador.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
O bolo debaixo da cereja
Face à expressão conhecida “A Cereja em cima do bolo” acredito que de nada serve a cereja se não houver bolo.
O bolo é o que faz o enquadramento e cria o valor à volta da cereja.
Vivemos numa sociedade onde o consumo da cereja é cada vez mais frequente e se esquece por completo do bolo, da história, do enquadramento.
O sucesso é efémero e a ilusão uma constante.
Perceber a história por detrás da casta da vinha, da raça do seu mentor, do processo de fabrico e do ritual de decantação é que faz a diferença no vinho.
E o irónico é que no final, o vinho pode ser quase um qualquer.
Porque mesmo que tenha defeitos, aprendemos a gostar deles.
Os defeitos, face à história do vinho, transformam-se em particularidades, diferenças que marcam a diferença.
O “bolo” cria empatia e ecoa no interior dos nossos ossos.
Não é por acaso que são muitas vezes os mais orgulhosos da sua pátria que conhecem melhor a história do seu povo.
Conhecem as suas raízes E é dessas raízes que nasce o orgulho.
O orgulho das suas vitórias, das suas dificuldades sentidas e ultrapassadas e o respeito pelos antepassados que fizeram o mesmo e os inspiraram a seguir o exemplo.
O orgulho que nasce do Sisu - palavra finlandesa que tanto gosto.
Todos queremos saber as histórias porque foi a ouvir histórias que aprendemos a sonhar.
São as histórias que fazem as grandes palestras, os grandes artistas, os grandes produtos.
A história é o que faz o Homem, a Cultura, ou a Família chegar ao que são hoje.
A história são as experiências e as mensagens que dessas experiências são retiradas.
O Homem nada é sem a sua história.
Nada.. a não ser apenas uma cereja no meio de tantas outras à espera de serem colhidas.
O bolo é o que faz o enquadramento e cria o valor à volta da cereja.
Vivemos numa sociedade onde o consumo da cereja é cada vez mais frequente e se esquece por completo do bolo, da história, do enquadramento.
O sucesso é efémero e a ilusão uma constante.
Perceber a história por detrás da casta da vinha, da raça do seu mentor, do processo de fabrico e do ritual de decantação é que faz a diferença no vinho.
E o irónico é que no final, o vinho pode ser quase um qualquer.
Porque mesmo que tenha defeitos, aprendemos a gostar deles.
Os defeitos, face à história do vinho, transformam-se em particularidades, diferenças que marcam a diferença.
O “bolo” cria empatia e ecoa no interior dos nossos ossos.
Não é por acaso que são muitas vezes os mais orgulhosos da sua pátria que conhecem melhor a história do seu povo.
Conhecem as suas raízes E é dessas raízes que nasce o orgulho.
O orgulho das suas vitórias, das suas dificuldades sentidas e ultrapassadas e o respeito pelos antepassados que fizeram o mesmo e os inspiraram a seguir o exemplo.
O orgulho que nasce do Sisu - palavra finlandesa que tanto gosto.
Todos queremos saber as histórias porque foi a ouvir histórias que aprendemos a sonhar.
São as histórias que fazem as grandes palestras, os grandes artistas, os grandes produtos.
A história é o que faz o Homem, a Cultura, ou a Família chegar ao que são hoje.
A história são as experiências e as mensagens que dessas experiências são retiradas.
O Homem nada é sem a sua história.
Nada.. a não ser apenas uma cereja no meio de tantas outras à espera de serem colhidas.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Subscrever:
Mensagens (Atom)