quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O porteiro da discoteca

Existem restaurantes em Lisboa onde sou previsível.

 

Sítios que escolhi, não tanto pela comida mas acima de tudo pelo ambiente e pelo trato.

Sítios onde há pessoas especiais com brio naquilo que fazem.

Pessoas que não me conhecem, mas que estão atentas a padrões.

São Homens e Mulheres que guardam dentro de si, pedaços de mim.

 

E também há sítios que risquei do mapa,

Sítios onde estive uma única vez e para onde naturalmente não sinto vontade de retornar.

 

Basta um primeiro impacto, uma primeira linha, uma interacção com o “Porteiro da Discoteca”.

Quem me pergunta por esse lugares só tem uma resposta – Há outras opções.

 

A propósito de discotecas, fui barrado à porta de uma, há muitos anos atrás.

E ainda bem que assim foi.

Fez-me pensar.

 

Fez-me pensar na sensação de rejeição,

da não pertença,

da exclusão e desvalor.

 

Mais chocante ainda, provocada por alguém a quem não lhe reconheci qualquer legitimidade para o fazer – um perfeito desconhecido.

 

Vale a pena identificarmos os porteiros das nossas discotecas.

As barreiras que deixamos crescer.

Ontem pode ter sido um porteiro, amanhã pode ser uma mágoa.

 

Para evitar cairmos no ridículo de olhar ao espelho e pensar se o porteiro vai gostar da nossa roupa, mais vale focarmos a nossa atenção nos objectivos que queremos cumprir, não nos obstáculos.

 

A gerência pode mudar. Os objectivos, convém que não.



 



 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Um icebergue nunca vive só

Em alta competição aprende-se a dar valor ao seu semelhante, 
Mesmo que nenhuma palavra seja trocada.

Basta um olhar, um reconhecer mútuo. Um respeito, Adulto, amadurecido.

Nessa arena onde são poucos os adversários à altura, um bom adversário é o melhor professor que se pode encontrar. 
Por isso desenvolve-se uma espécie de pacto, de efeito tribal, de irmandade - de simbiose.

A pergunta que hoje tenho para ti é se na tua "alta competição", no teu espaço de excelência, já encontraste os teus professores?
E se sim, pergunto se estás a prestar-lhes o devido respeito?


Esta reflexão trouxe-me à memória um período infeliz em 1898 em que durante quase 9 meses, 2 leões aterrorizaram uma zona de construção no Quénia. Talvez já tenhas ouvido falar.
Estes 2 leões foram imortalizados como os "Tsavo man-eaters".

Se excluirmos desta memória o triste facto de que supostamente 135 trabalhadores foram comidos por estes leões (mais tarde apurou-se que foram 35 ao todo), temos que admitir que eram 2 leões excelentes naquilo que faziam.

Isto para dizer que de certeza entre eles, no meio dos seus cérebros supostamente irracionais e mergulhados em instinto primário, acredito que observaram-se mutuamente, que souberam respeitar-se e aprender um com outro. 

Eram a elite do mundo dos leões. Os últimos que, durante algum tempo, ainda conseguiram contrariar a supremacia do super-predador do planeta Terra - o Homem.


Se tiverem curiosidade, um dos filmes onde foram retratados foi o "The ghost and the darkness" de 1996.


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Agora, não depois.

Num misto de antecipação e receio pressinto a chegada de mais uma prova

Num misto de insegurança e convicção digo-te que estou preparado.


Preparado para mostrar que sou capaz, naquilo que me quiseres colocar à prova.


Preparado para poder não estar à altura.

Preparado para aprender e quem sabe, surpreender-me.


Talvez seja impossível estar totalmente preparado.

Talvez porque se assim fosse, à partida já estaria a perder.


Eu é que escolhi este caminho, logo não há tempo a perder.


O aprender é agora, não depois.



Gaivota de nome, Fernão de espírito

Ontem foi dia de Tapada de Mafra.
Terminei o dia com o Fernão Capelo Gaivota, numa cópia velhinha, esquecida na estante da biblioteca.

Adormeço lentamente com o bater das suas asas e penso:
Que nos sonhos do Homem seja possível construir, por entre a imponência silenciosa do Bufo Real e a velocidade impetuosa do Falcão, o Caminho da verdade.

O Fernão diz que basta um pensamento. 
Será?


domingo, 24 de agosto de 2014

Pote de ouro

Um arco-íris não precisa nem de chuva nem de sol.
Um arco-íris só precisa de um pote de ouro para encontrar a razão da sua existência.


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Aqui - Agora

Eu não estou à espera.
Eu não estou a planear.

Não estou a chegar
Nem estou a ir.

Eu..estou aqui.

Novos e velhos

Conhecer um novo amigo é como iniciar uma nova viagem.
É uma nova esperança, um começar de novo.
Uma folha branca prestes a ser pintada.

Mas reencontrar um velho amigo.. é diferente.
É também uma oportunidade de escrever novas histórias, mas acima de tudo, é uma nova etapa, assente numa base já de si sólida, construída sobre respeito e confiança, que requer trabalho e tempo  para amadurecer.

De que vale iniciar novos livros se não levamos por diante as histórias já em curso?

Há livros que não prestam e mais vale deixar a meio, mas diria que são muito poucos.

A maior parte das histórias tem um final feliz.
Porque a história depende de ti - Porque fazes parte dela.


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Os palhaços do circo

A forma mais eficaz de acabar com os palhaços é deixando de ir ao circo. 

Há palhaços e palhaços, 

Há circos e circos.



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A verdadeira selfie

Os momentos que marcam a tua vida não podem ser fotografados.
Porquê?
Porque estão demasiado ocupados a serem vividos.

Por isso, a verdadeira selfie não pode ser publicada. 
Porque ela não existe em formato imagem - Ela existe em formato memória.
Ela vive o presente, não o futuro do que devem pensar dela.

A verdadeira selfie não é dos outros, é de ti próprio.



Moeda de confiança

Diz o aprendiz:

Quando for grande quero ser rico!


Responde o sábio:

Serás rico quando te tornares um Homem de confiança. Quando mereceres crédito pelos teus actos.


..e depois disse-lhe para ir ver o "O mercador de Veneza".



sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O Homem Global

A troca de ideias não tem que ser um combate.


É importante ser capaz de encontrar dentro de nós a vulnerabilidade necessária à abertura de espaço, essencial ao crescimento.

É importante ser capaz de criar confiança e semear franqueza para que resulte um trabalho verdadeiramente estruturante.

 

De que servem discussões regadas de citações de grandes referências académicas quando o seu único objectivo é desequilibrar o adversário?

Não deveria a citação de um grande pensador ser utilizada como forma de acelerar consensos?

Porquê utilizar o nome destes homens e mulheres do passado para esconder a nossa própria dúvida, numa tentativa frustada de legitimar o nosso discurso?

 

As cortinas de fumo estão fora de moda.

A transparência e profundidade de pensamento são a nova tendência. 

 

Valoriza-se o pensamento crítico, capaz de não se assustar com títulos académicos ou referências a grandes pensadores. Capaz de demonstrar valor por si próprio, sem bengalas.


Procura-se a capacidade de reconhecer defeitos e de compreender os defeitos dos outros.

De perceber que os Grandes Conquistadores de outrora, colocados em grandes pedestais são, à luz da civilização de hoje, personagens questionáveis. E entender também que foram o melhor que acreditavam ser possível.


Mas hoje somos e estamos diferentes.

As fronteiras, as necessidades e as ambições evoluíram.


Hoje procuramos a capacidade de encontrar soluções cooperativas e rejeitamos o vazio de espírito de uma procura incessante em subjugar adversários (mesmo quando já não há mais adversários para subjugar).

 

Hoje procuramos a visão do Todo,

Hoje procuramos o "Homem Global".

 


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

A pessoa dos bastidores

Esta é uma palestra do Homem por detrás da famosa carta "Pleasure or Pain" que andou a circular pelos alunos de Stanford em 1989 e que ainda hoje é passada de mão em mão.
Vale a pena ver o vídeo para descobrir como ele encontrou uma forma de combater os seus demónios. 
Faz-me lembrar uma citação de Epicurus que dizia que deves viver a tua vida como se alguém te observasse. esse alguém és tu próprio. 

http://youtu.be/-zdJ1ubvoXs