segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Luvas pretas

Por ironia do destino eram pretas as únicas luvas que encontrei na casa das ferramentas.

Pretas como que apropriadas para fazer algo que eu nunca havia feito.

Encontrei-te ontem prostrado no jardim, de barriga para baixo, rijo, imóvel.

Percebi logo que o teu momento havia chegado.
Morreste.
Não sei se de forma tranquila ou se a lutar como um urso. Mas um Urso eras de certeza no teu interior.

Ainda hoje recordo o episódio onde tu obstinadamente lutaste perante um cavalo, sem olhar a receios ou a tamanhos.
Muito me marcou a tua força de guerreiro romano ao levantares-te depois da pancada e lançares-te novamente à carga com o mesmo ímpeto, a mesma raça, a mesma convicção.

Passados 9 anos desde que vieste ter connosco estavas agora mais sereno, mas ainda assim Leão por dentro, num instinto impossível de domesticar.
Passados nove anos, deste a tua jornada por cumprida.

Hoje fui eu que ouvi o som ouco do teu corpo vazio a tombar para o buraco.
Hoje coube-me a mim atirar terra por cima de ti.

Serás mais um dos professores a recordar.
Deixo o teu corpo no sítio onde o decidiste abandonar.

Adeus Sky – Obrigado pelas tuas lições.

Apenas uma foto para te recordar, para te homenagear:


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Razão e justiça

As discussões por vezes não são mais do que simples disputas de egos.
Neste tipo de contendas mesquinhas por vezes é preciso sabermos suplantar os nossos próprios limites.

Ter razão nem sempre significa fazer justiça e fazer justiça nem sempre se pauta pela razão.
Há que lutar por ser Maior.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Felicidade ou tristeza

Olhar para o Charlie Chaplin enche-me sempre de profunda tristeza.
Não sei porquê mas parece-me ver isso nos seus olhos.
Talvez seja essa a beleza do cinema mudo - a facilidade com que nos trasporta para o mundo das emoções e linguagem corporal.

A tristeza que vejo nos seus olhos talvez esteja relacionada simplesmente com o facto de que ele deveria ter perfeita noção das provações pelas quais o seu público passava.
Estou convencido que ele sabia muito bem qual era o seu papel naquele período conturbado da história Mundial.

Aqui vai um pequeno tributo a um Grande Homem.

Moisés

Reza a história que Moisés abriu caminho pelo Mar Vermelho.

Hoje em dia a comunidade científica faz conjecturas sobre eventuais maremotos que terão acontecido por essa altura.
Independentemente de haver ou não uma explicação lógica para o texto, para mim é mais uma metáfora: Não numa perspectiva milagrosa de mão divina, mas numa perspectiva engenhosa de capacidade humana.

A Fé em nós próprios faz-nos superar obstáculos.
E depende sempre dos desafios a que nos propomos.
Dar o passo ligeiramente maior do que a perna nunca fez mal a ninguém - apenas aguça o engenho.

É que no final de contas vai tudo parar à gestão de prioridades.
Há quem diga que trabalha bem sobre pressão. Se calhar tem a ver com o facto de que, em pressão, não precisa de haver gestão de prioridades - afinal de contas só há uma.

Mas vendo bem, tudo na nossa vida é gestão de prioridades. É análise cognitiva, intuitiva ou instintiva do que cada coisa representa para nós, em termos do valor que lhe atribuímos. Se não avaliamos o que isso representa em termos de valor, não gerimos correctamente as nossas prioridades ou simplesmente não as definimos.
É nessa altura que alguém começa a defini-las por nós.

Escolhe ou sê escolhido.
Escolher nem sempre é fácil - significa tomar partido - pressupõe confronto ou  defesa de pontos de vista.

Por entre campos de batalha, há sempre o nosso caminho a descobrir, tal como Moisés encontrou o seu.
Basta apenas ter fé. Em quem? Talvez em nós próprios.


sábado, 18 de setembro de 2010

Fronteiras

Flutuar e sentir a água empurrar-nos para a tona, para a fronteira.

E depois lentamente levantar o braço e sentir o peso imenso que ele tem ao descolar da linha de água.

É como se os elementos nos quisessem levar sempre para a fronteira. Para a zona de conflito e ao mesmo tempo de equilíbrio, mas que não significa zona de progresso ou evolução.

Há quem opte por não ultrapassar fronteiras e há quem insita em ultrapassá-las às cegas, à bruta.
Tal como o que depois de um bom pedaço ao sol decide de repente mergulhar na água. Como se receasse que avançando devagar poderia não conseguir.

E é neste ponto que reside a minha reflexão de hoje,

Não temos que ultrapassar as fronteiras às cegas. Até porque dessa maneira podemos magoar ou ser magoados.
Podemos olhar para os desafios e enfrentá-los, dentada a dentada, usufruindo cada pedaço dessa viagem, na certeza porém de que não há volta atrás. As fronteiras foram feitas para ser suplantadas. Apenas o saborear cada passo que nos leva ao seguinte, sempre no caminho dos nossos objectivos.

É esta atitude que nos faz fortes e enraizados.

Nem todos temos que ser como o Lewis Pugh detentor de um espírito indomável moldado pela famosa SAS do regimento brtânico para conseguir cumprir os nossos objectivos. Mas a verdade é que estes Homens servem-nos de exemplo.
Por isso podemos sempre começar com coisas simples, pequenas dentadas.

Um princípio de treino com uma fronteira simples de ultrapassar:
Banho quente seguido de duche frio - Experimenta

É bom que treines porque na derradeira Fronteira não vais querer ser recordado como o que se apagou como uma vela mas sim como o que Lutou como um Urso.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Outra face do mesmo cubo

A propósito de algo que me aconteceu hoje, lembrei-me de um post intitulado "Esmolas" que já publiquei em tempos mas agora numa nova perspectiva.
Na perspectiva dos pedintes a quem lhes falta outra coisa que não é o dinheiro.
São os pedintes de afecto.

O texto outrora publicado relatando um episódio que tive com um pedinte das ruas de Lisboa volta a ganhar vida, de uma forma totalmente diferente. Ora experimenta:  Esmolas

Fusão

Quando o homem e a máquina são um só.

Reparem no nível de treino necessário para se chegar a esta performance.
Só com muita paixão. De toda uma equiipa.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

5.000 páginas lidas

Passei agora a marca de 5.000 páginas acedidas.
Obrigado a todos os que seguem este Blog.
Os vossos feedbacks são sempre bem-vindos e muito apreciados.

Corpo-prisão

A propósito da recente discussão sobre quem criou o Universo e a respectiva inflexão de discurso por parte de Stephen Hawking lembrei-me de pensar sobre o que é que a Humanidade terá feito para merecer um homem como este encurralado num corpo-prisão.
Que tipo de mensagem podemos retirar deste fenómeno?
Será que foi preciso existir este corpo-prisão para dar asas ao homem que hoje é?

Outra pergunta que me incomoda é afinal de contas o que é mais restritivo?
O corpo físico ou a falta de flexibilidade cognitiva?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Will.I.am

O desafio

Cabe-me olhar para ti, olhos nos olhos,
Cabe-me abraçar-te assim destino inesperado.
Cabe-me perceber a natureza destes sentidos e as dúvidas que vivem nestas palavras.

Mais haveria por alcançar,
Mais haveria por desfrutar.
Mais...ou talvez menos.

As experiências vivem-se, sem repetição.
Nada será novamente como já foi.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O toque de Midas

Fantástico quando fazemos o “click”.

Quando de repente tudo faz sentido e tudo se torna tão fácil, tão simples.
Como se de repente o nosso cérebro entrasse em sintonia com tudo o que o rodeia e absorve tudo e apenas o necessário.
Incorpora o todo, o essencial e o suficiente para cumprir o propósito.

Nesse momento entramos no fluxo.

Faz-me lembrar a história de Midas e o seu famoso toque relatado na mitologia grega.
Tudo parece perfeito, simples e fantástico. Sentimo-nos iluminados, quase que sobre-humanos.

Até ao momento em que Midas toca na sua filha e a transforma numa estátua.
Aí percebe que o seu toque pode ser ao mesmo tempo a salvação e a perdição.

As grandes torres nunca foram feitas com alicerces de barro.

Loucura ou genialidade?

Os extremos tocam-se.