segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Introspecção

O trabalho de introspecção é duro, penoso e até perigoso.
Obriga-nos a enfrentar os nossos medos.
A colocar em causa as verdades nas quais se sustenta a nossa vida.
A encarar os porquês mais esquecidos.
E a constatar a falta de respostas.

Porquê?
Não é a primeira vez que faço esta pergunta.
Porque se faz, e porque não se faz?

Quando se questionam todas as cenouras,
Coloca-se tudo em causa.

Não é fácil olhar para dentro.
Ao questionar, testamos as nossas convicções.

É fácil fechar os olhos e seguir em frente junto com o rebanho, mas será o mais gratificante?

Agora entendo o verdadeiro significado de rebanho citado na Igreja Católica.
Fazer parte do rebanho - É bom e é o que faz a maioria – “a felicidade qb”.

A introspecção mostra-nos o outro lado.

A introspecção mostra-me em particular que eu não faço parte do rebanho.
Mostra-me também 2 soluções - Ser pastor ou cão-pastor.

E tu? Até quando ser Ovelha?

terça-feira, 5 de agosto de 2008

O silêncio constrangedor

2 pessoas próximas uma da outra em silêncio, sem mais ninguém em redor.
Porque não? Porque não se consegue?

A verdade é que não se consegue facilmente - pelo menos com a maior parte das pessoas.

Pressupõe desligar o mecanismo automático de auto-censura.
"O que está ele(a) a pensar"
"Qual é o problema dele(a)?"
"Qual é o meu problema?"
"Em que é que devo eu pensar?"

É um chorrilho de algaraviadas mentais que quase se torna anedótico.

Tão simples desligar - tão simples fazer click.

Afinal são apenas 2 pessoas sentadas, no seu espaço, nos seus pensamentos e reflexões, serenamente, respeitando o espaço do seu semelhante.

Evita-se a conversa do "Verbo Encher" que é totalmente dispensável.
Futebóis, dissertações climatéricas ou conjunturas politico-partidárias são nada mais do que manobras de diversão para evitar o simples exercício de olhar para o seu Eu.

Como lia há alguns dias atrás, afinal de contas, quem nos atura e que nos acompanhará para sempre até ao final das nossas vidas somos nós próprios.

Porque não conhecermo-nos um pouco?

O elogio ou a falta deles

Confesso que nunca fui muito de elogiar as pessoas, mas ultimamente sinto-me um bajulador.

Não porque tenha mudado a minha atitude, mas sim porque as poucas vezes que me apetece dar algum elogio, invariavelmente a reacção é de uma autêntica surpresa e por vezes até constrangimento.

Aconteceu hoje ver uma senhora grávida a atender num restaurante e pensei dar-lhe os parabéns pelo bebé que se avizinha.
Não entendeu à primeira - tive que repetir (cheguei a pensar se devia).
Depois, ficou atrapalhada.

Que raio de Mundo vivemos hoje em dia onde por vezes um simples "Bom dia" olhos nos olhos (e não o habitual "mmmmdia" rezingão e de circunstância) marca tanta diferença.

Desaprendemos a ser bem tratados e quando acontece tal é o cúmulo que já nem sabemos receber elogios.
E verifico isto porque quando ontem era um rezingão, hoje sou a inesperada lufada de ar fresco.

Certo é que me valeu um tratamento VIP no restaurante.
De tal ordem foi a simpatia da senhora que fez questão de me vir dizer Boa tarde à porta.

Conclusão: As pessoas deixaram de ser bem tratadas, mas quando o são, respondem na mesma moeda. Aliás, respondemos sempre na mesma moeda - assim é mais correcto.

Por isso, basta apenas dar o pontapé de saída - dar o primeiro passo.
A vida começa a sorrir à nossa volta.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O que nós somos

Não somos apenas corpo e alma.
Somos ainda mais que isso.
Somos memória.
Presente na nossa família, nos nossos amigos, nas pessoas que nos conhecem.

O Somatório de todos estes pseudo-personagens presentes na mente de cada pessoa espelha o que nós transmitimos ser.

Quanto mais fiel for o nosso retrato mais nos sentimos compreendidos e verdadeiros.
O espaço simplesmente esgota-se para frustaçoes, desmotivaçoes ou infelicidades.
O mundo passa a corresponder na íntegra àquilo que somos - sem censura nem dogmas.

Podemos ver nos outros a nossa beleza. Pelas suas reacções.
E alimentar o nosso ego com esta droga subtil.

Sabendo no entanto o seguinte:
A nossa criação será tanto mais sublime quanto maior for a capacidade de nos alhearmos da aceitação dos nossos semelhantes.